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As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

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O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...


Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


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24.01.11

Mini-caminhadas


Ventor

Há muito tempo que não faço caminhadas! Agora passei a fazer mini-caminhadas.

Há dias fiz uma mini-caminhada, em Miraflores, no meio do nevoeiro. Saí do carro, comecei a andar e, como não via nada, era tempo de não cumprir objectivos mínimos, voltei para o carro.

Um peneireiro - Foto Wiki

Sentado no carro, peguei no meu livro, tenho sempre um livro para tempos mortos mas, arrependi-me. Voltei a sair para dar umas passadas, mesmo que perdidas no nevoeiro que as ninfas do Tejo teimavam em não deixar dissipar.

Mal coloquei as pernas fora do carro, senti um barulho de asas, quase silencioso, sobre a minha cabeça e, tentando observar para identificar a ave, vejo um peneireiro a pousar sobre um poste eléctrico, mesmo junto de mim. Liguei a máquina e, enquanto faço os preparativos para clicar, ele observou-me e começou a gritar: "não, não Ventor! Estou chateado, com mau aspecto, ainda não tive tempo para arranjar as penas e, para maior azar, não arranjei nada para o pequeno almoço. É o que tento fazer"!

Disparou névoa dentro e, mais uma dúzia de metros, deixei de o ver. Já não deu para fazer click.

O meu amigo Apolo deu umas cinzeladas no nevoeiro e, meia hora depois, estava eu a ver as minhas amigas perdizes no meio de uns farrapos de nevoeiro que outro caminhante acabou por espantar.

 

Quando cheguei ao Tejo, encontrei três corvos marinhos a secarem-se a um sol fraco de verdadeiro inverno gelado

Nestes últimos dias, tenho-me entretido a observar os corvos marinhos, na margem do Tejo, ou de dentro do carro ou também, em mini-caminhadas e, lá estão eles, uns de asas abertas a enxugarem-se, outros à pesca, para o pequeno almoço ou para o lanche e, no seu compasso de voo imponente, no seu vaivém, rio abaixo, rio acima.

Enquanto isso, limito-me a ouvi-los, todos entusiasmados, no seu "salvé, Ventor"!

Na última vez, fiquei chateado, porque podia ter tirado uma boa sequência de fotos, em mais uma pescaria de um desses meus amigos, mas fiquei sem bateria.

 

 Fui dar uma volta e, quando voltei, só estavam dois a secar-se e um deles, podia ser este, na pesca. Tirei esta foto e acabou-se a bateria ...

Também tenho dado outras mini-caminhadas por aqui junto do Tobias e dos nossos amigos. Com passo de leopardo, consegui apanhar a família Tobias a arrancar minhocas à terra, junto ao ribeiro e o meu amigo Tobias a desenterrar uma minhoca que o fez gastar boas energias a puxá-la. Meti a ponta da lente da máquina na rede e fiquei à espera a ver se ele tirava a minhoca para eu fotografar mas, bati com a lente na rede, ele assustou-se, largou-a e virou-se para fugir mas, encarou comigo e, sem temer nada, voltou a atacar a minhoca de rabo virado para mim e sem medo. O Tobias já é tão meu amigo que, de vez em quando, assobio à melro e ele vem pousar no choupo para uns dedos de conversa.

Um dia destes vi-o em cima do choupo, no meio do nevoeiro, acompanhado de dois gaios. A minha sogra veio-me dizer que o Tobias estava sobre o choupo com outros pássaros grandes. Fui ver e, de repente, todos em uníssono: "salvé, Ventor"! E diz o Tobias: "trouxe-te estes dois amigos"!

Sempre gostei dos melros mas este Tobias é demais.

O Tobias, após esta imagem, virou-me o rabo e continuou a tentar puxar a minhoca. Estava perto, quase à altura da minha cabeça mas, à sombra e eu não lhe quis dar com o flash nos olhos.

Ontem, estava junto à ribeira, sobre uma arvorezinha, rolando a cabeça para todos os lados e mais parecia uma ave de rapina a tentar observar a caça mas, de repente, pelo seu gesto, parecia-me que me observava à janela. Como ele não saía de lá eu chamei-o. "Tobias"! Ele olhou mais afincadamente para mim e eu assobiei à melro. O meu amigo Tobias, sem hesitar, levantou voo e veio pousar, sobre o choupo, ao meu lado.

Olhou-me e disse: "tens de treinar mais, Ventor! Não há melro nenhum que venha à lenga-lenga dos teus assobios. Venho eu porque te conheço"! Mas que desconsolo! Eu a pensar que estava um melro feito!

 Mas estes pretinhos, a que chamam estorninhos, também têm feito parte das minhas mini-caminhadas. Este observava o Ventor. Eles têm umas conversas muito lindas e ajudam-se uns aos outros, estando sempre em alerta total.

 

Um estorninho de prevenção

Eu ouvia o piar muito peculiar de estorninhos. Comecei a observar as árvores e vi este malandreco, só, no topo da árvore, a pôr de sobreaviso os seus companheiros.

Depois, os meus olhos iniciaram a descida da árvore até à relva e acabei por detectar uma série deles na relva, a tomarem o pequeno almoço mas, mal perceberam o sinal deste tipinho, arrancaram, em alvoroço, para outras árvores.

Mas como noutros grupos de animais, há sempre outros mais atrevidos. Este grupelho de esfomeados, conseguiram resistir. Do meio deles, saiu um apelo. "Não fujam que é o Ventor"!

 

Estes estorninhos, tomam o pequeno almoço na relva


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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira