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As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

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O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...


Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


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Ventor entre as Flores

30.04.07

Amigos que nunca esqueço


Ventor

Ontem deu-me para visitar amigos. Era para ir a Sintra beber o meu café e comer o meu travesseiro, mas não me apeteceu por já ser tarde.

Bebi o café na Amadora e, de repente, lembrei-me de uns amigos que tenho ali nos arredores de Sintra: burros, cavalos, ovelhas, cabras....os amigos do ventor. Mas desisti!

Depois desafiei a dona do Quico para irmos dar uma passeata junto de outros amigos e ver como cresciam as "minhas" dedaleiras. Depois de beber o café, rolava no IC19 com esse objectivo, mas, ao ver o calçado da dona do Quico, desisti dessa caminhada e mentalmente preparei outra. Voltei a lembrar-me dos amigos de Sintra! Quando ela deu pela fé, eu já estava rolando ao lado do traço contínuo da viragem e com outro destino. "Então, já mudaste de objectivo"? «Já! Vamos ver os burros»!

"Os burros"?!

Entretanto, tucou o télélé, ela deu a nossa posição e foi informada que não era boa ideia ir para Sintra tão tarde, porque decorria lá a festa das flores e não teríamos onde arrumar o carro! Mas eu já tinha bebido o café e não estava nada preocupado com a arrumação do carro, em Sintra. O meu objectivo não tinha nada a ver com cafés, nem travesseiros e menos ainda com a tal festa (mercado) das flores. Para mim a única festa das flores é aquela que eu e elas fazemos, em campo aberto!

Decorreu uma rodagem célere em pleno IC19, mas no fim, embasbacamos! A chamada "bicha" lá estava e eu aguentei a estucada, mas na devida altura, fiz o desvio!

Ao chegar notei, a falta dos meus amigos, burros e cavalos, e ... nada! Arrumei o carro num trilho, a dona do Quico ficou a ler e eu preparei a outra companheira de caminhadas e entrei por um dos dois trilhos a ver se via os meus amigos dos últimos tempos. No fim de um espaço encontrei ovelhas e cabras e disse cá para os meus botões que já não perdia tudo!

Esta pose, ao natural, era majestática!

Esta ovelha achou que me devia cumprimentar

Esta cabra, se calhar julgou que eu lhe iria roubar o leite, levantou-se e afastou-se

Estas ovelhas estão nas suas sete quintas. Já criamos uma amizade!

Depois de tirar umas fotos às cabras e às ovelhas, um pouco desanimado, tropecei nesta dedaleira.

 

Esta dedaleira deu mais vida ao meu dia e uma canseira á minha máquina

Aí tudo mudou! Fotografei, fiz a minha festa das flores, e segui! Olhei pela encosta abaixo à procura dos burros e cavalos e dei de caras com mais estas dedaleiras. Recomecei a fotografar! Chunfum, chunfum, chunfum ... A minha máquina engolia as dedaleiras todas. Eu nunca tinha visto tantas dedaleiras na minha vida!

 

Porque, a partir daqui, foi um nunca mais acabar

Regressei todo entusiasmado e quando a dona do Quico destrancou o carro, disse-lhe: fecha, e segui! Apontei para outro local e mostrei-lhe uma mancha vermelha. Ela olhou e não ligou! Mas eu segui o meu destino direito a mais aquelas dedaleiras que estavam à minha disposição. Olhei-as, fotografei-as, fiz-lhe festas, falei com elas, enfim .... estas estavam num local público, as anteriores estavam dentro de propriedade privada e só a minha máquina foi invasora, mas com o meu entusiasmo, estive quase a entrar com ela!

Fiz rebolar os meus olhos pelo vale abaixo e tropecei no que já conhecia

Depois, um homem e uma mulher encostaram o carro junto do meu e quando eu cheguei, ele perguntou-me porquê tanto entusiasmo a fotografar os "cucos"? «Cucos»? «Quem me dera»! Bem se fotografasse cucos enchia a Net de cucos, mas as dedaleiras já eram, para mim, entusiasmo que bastasse! Depois, na conversa, soube que a mulher chamava "estroques" às dedaleiras e que o homem, sintrense, lhes chamava "cucos"! No norte chamamos-lhe "estroques" e a esposa nortenha do sintrense, não lhe tinha perdido o nome que aprendeu naquele seu primeiro mundo.

Mas o melhor vinha aí. Dedaleiras sem fim!

Mais. Mais e mais!

Foi esta a festa das flores que eu fui encontrar nos campos de Sintra. Esta sim, a minha festa! Estive dezenas de anos sem ver uma dedaleira, quando reencontrei a primeira cerca de 40 anos depois, em 2004, fiz a festa á minha maneira e, hoje, as dedaleiras, voltaram a ser minhas companheiras de caminhada. Que beleza!

Elas são lindas!

Mas, depois, quando ia entrar no carro para vir embora, de soslaio, vi um cavalo. Mostrei-o à dona do Quico e segui no carro para lá. Encostei o carro e foi só fotografar. Tudo aquilo que me tinha levado a Sintra estava ali, mais a cereja sobre o bolo - aquele mundo imenso de dedaleiras!

Depois ... bem, depois, os outros amigos. Um cavalo ...

... mais cavalos

Mãe e filhota ou filhote

E os burros não podiam faltar! Eles de burros têm o nome mas são mais inteligentes que muitos dos nossos transportadores de canudos

Ali encontrei todos os meus amigos: ovelhas, cabras, cavalos, burros, e as minhas queridas dedaleiras desfraldadas, batendo palmas para mim, saudando-me!


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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

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