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As Caminhadas do Ventor

... por aí

As Caminhadas do Ventor

... por aí

No cabeçalho, a ponte romana de Cangas de Onis, sobre o rio Sella. Uma maravilha por onde caminharam romanos, árabes e tantos outros.


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Um lago de Covadonga que retrata as belezas dos Picos da Europa, nas Astúrias


O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...

Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!

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A Tasca do Carrasco

Um dia, do ano passado, escrevi aqui sobre a Tasca do meu amigo Carrasco. Falava da Tasca. Talvez um dia o meu Quico complete melhor no seu Site o que foi a Tasca do Carrasco. Talvez até o meu amigo Carrasco faça aqui um comentário sobre a sua Tasca. Quem sabe?! Acho que S. Pedro já tem tudo informatizado! Mas, há dias, entrei no Google e apanhei lá a minha Tasca do Carrasco e foi através do Google que eu apanhei o comentário da minha prima Alice a mais jovem filha das quatro que o Carrasco ajudou a colocar neste Mundo.

A propósito, Carrasco não é o seu nome, mas é nome que enraíza na sua família. Contudo ele, para nós, enquanto houver memória, será sempre o Manuel Carrasco! O Manel! O Carrasco! Então, aqui fica o comentário da Alice, que em terras de França, não esquece a sua aldeia e até chegou ao meu Blog. Também aqui deixou a receita do Bolo da Pedra ou, como ela diz, o Bolo da Lasca da Saudade!

«Foi com muito gosto e sobretudo saudades que li o teu Blog. Mesmo longe estais sempre no meu coração. É triste que as tascas acabem mas o mais insuportável é que hoje em dia há cada vez menos gente como o Carrasco nas nossas aldeias. O Carrasco ajudava com a sua força, com o seu coração, com a sua carteira, todos os que lhe batiam à porta. Sem contar o Pronto Socorro a toda a hora do dia e da noite. Obrigado pelo que escreves sobre o Carrasco e sobretudo nunca esqueças haver sempre um copo a beber no local da Tasca e bolo da lasca e tenho a certeza que nesses momentos o teu verdadeiro amigo estará connosco.

Só morre quem esquece, os que recordarmos estarão sempre connosco sem esquecer o tio João e a sua serenidade. Um enorme beijo para ti e todos os teus e até breve, voltaremos à Pedrada. Bem hajas pelo que escreveste sobre a Tasca e o Carrasco». Agora aqui fica a receita:

«Aqui escrevo a receita do "Bolo da Pedra da Saudade". É a receita do Norte, especialmente das Freguesias de Soajo e da Gavieira. Para seis pessoas.

«Primeiro, fazer um braseiro de preferência numa lareira ou como se diz na minha aldeia, no "borralho". De seguida, misturar num recipiente um quilo de farinha milha e 500gr de farinha centeia. Depois de bem misturadas as farinhas, amassar, juntando pouco a pouco 1L de água a ferver, temperada com sal. Uma vez amassada, colocar a massa por cima de uma pedra lascada que se aqueceu no braseiro até branquear. De preferência, uma pedra da serra de Soajo, precisamente da Pedrada ou da Serrinha, mas também se encontram no Muranho.

Deixar cozer lentamente face ao braseiro, cerca de uma hora. Despegar o bolo da lasca, da pedra, parti-lo aos bocados e comê-lo repartindo-o com os amigos, acompanhando-o com sardinha assada, trutas do rio de Adrão, bogas do rio da Peneda ou cozido à soajeira. Tudo isto regado de algumas garrafinhas do verde de Ponte da Barca ou da adega dos amigos.

Daí bem o nome (Bolo da Lasca da Saudade). Bom apetite e coragem para o fazer»! Enviado pela Alice do Carrasco, em Agosto 26, 2004 06:49 PM

Claro que eu aceito, desde já, o convite para uma fatia de Bolo da Lasca da Saudade acompanhado com sardinhas. O vinho fica por minha conta! Beijinhos para a Alice se me ler e para a Judith e um grande abraço para o Manel. Acho que vamos subir à Pedrada outra vez!

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

O Tejo nossa veia cava

Ontem caminhei três horas por Belém. Fui aos meus pastéis, olhei o tejo e, como sempre fico deslumbrado com a sua paisagem e com os seus monumentos. Tirei 220 fotografias a caminhar entre turistas, também entusiasmados. Mas eles são visitantes, nota-se que gostam da bela Lisboa pelo seu sorriso, pelas suas expressões ávidas de conhecer e eu que sou da casa, nunca me encho!

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Pormenor do Pavilhão dos Descobrimentos num belo dia de sol e algumas nuvens

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Eles fizeram a sua Grande Caminhada juntos, levantaram padrões, descobriram mundos ...

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Deixaram-nos monumentos e o Tejo ficou adornado de belezas sem fim. Fico ali a olhar, a olhar, e chego à conclusão que eram mesmo grandes os nossos antepassados. Eles tinham um objectivo e alcançaram-no! Nós hoje não temos objectivo nenhum a não ser o subsídio! É um pensamento comum e talvez a palavra mais utilizada em Portugal! ... Pedinchice!

Foi este o objectivo que nos incutiu a ressaca surgida do 25 de Abril! Ouço os nossos políticos da esquerda à direita. Há anos que observo as suas expressões quando discursam, quando dialogam, quando se engalfinham e pergunto-me a mim mesmo: "será que esta malta alguma vez teve vergonha"?

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Passeio

Oportunidade única!

Num local onde, de momento, estas flores são uma pequena festa à vida, eu passei, há dias, numa das minhas caminhadas. Já há algum tempo que vivo sem música, sem flores ou com poucas e submergido numa grande tristeza. Em pouco tempo, perdi três amigos. O Quim, a Maria Luisa e o homem do Quiosque (o António), um amigo.

Partiram de rajada! O Quim e a Maria Luisa, depois de muio sofrimento. O António de repente! Eu esqueci a vontade de ouvir música, a melhor das minhas companhias. Além disso, a minha coluna não me tem ajudado muito, posso mesmo dizer nada, e tenho caminhado sobre três caminhos: a tristeza, a dor e o caminho real que piso.

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Flores selvagens embandeiradas para mim

Tenho visto muitos besouros, algums azuis, que não vejo há muitos anos, mas no meio destas flores vi o mais belo de todos! De repente, apareceu a um metro de mim, em voo parado, na vertical, estilo helicoptero e aguardou que eu ligasse a máquina e tudo, olhando-me fixamente. O seu corpo era de um amarelo dourado esbatendo para o azul e, as suas asas, eram de um azul lindo, rendilhadas por onde penetravam os raios luminosos do meu amigo Apolo.

Falei para ele, chamei-lhe coisa linda e pedilhe para aguentar aquele voo parado, enquanto ligava a máquina e me preparava para o fotografar. Quando me preparava para disparar ele arrancou rumo a ocidente de encontro ao sol, vestindo cores fabulosas! Nessa mesma tarde, arrastando-me, fui três vezes àquelas flores mas nunca mais vi aquela maravilha de insecto.

Agora estou pelo beicinho para apanhar aquela maravilha. Será que voltarei a vê-lo? Depois de pensar bastante, até me parece que aquele insecto foi uma mensagem a dizer-me que o mundo é lindo e devemos estar aptos a caminhar nele e com ele, abandonando as forças negativas que tentam apossar-se de nós!

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Mundo ignóbil

Este nosso mundo, o nosso, o português, abstenho-me de falar do mundo dos outros, está cada vez, segundo as opções dos nossos políticos, mais social! Até está, mas no papel e na mísera distribuição de uns cêntimos para quem precisa, segundo se crê.

Afinal esses cêntimos não chegam nada para quem precisa e quem não precisa esbanja-os em luxos incríveis, numa sociedade que se pretende digna e capaz de tratar dos seus. A nossa sociedade, se repararem bem, tem sido um descalabro total, no aspecto social. E andam por aí, tantos ... ditos senhores, a tentar peneirar o sol a ver se enxergam luz.

Alguns familiares, matam, as suas crianças desprotegidas, por processos ignóveis e a sociedade sente-se manietada por se reger por leis, muitas delas sem sentido. Somos um país de advogados, ... de doutores e engenheiros de coisa nenhuma. Pavoneiam-se nos seus ciclos todos os dias, dão shows televisivos, armadilham leis e seguem os trilhos de "nossa senhora não te rales". As crianças morrem, por negligência das autoridades, que criaram camisas de forças de onde não saem e depois os sabichões do templo arranjam logo bodes expiatórios para tudo.

A verdade é que os nossos velhos, necessitados, não têm dinheiro para comer e para medicamentos. Há os que têm família que ajuda, mas há também os que não têm ninguém. Como é possível haver medicamentos no mercado a preços incríveis? Dar por dois ou três medicamentos para uns dias cerca de 80 euros, já descontado o subsídio da Segurança Social, quem tem uma reforma que nem para comer lhe chega, mais renda de casa, mais ... quando a gente olha para a chulice que nos rodeia, em grandes bombas, com cartões de crédito sem limites, com casa paga, muitas vezes com férias pagas, tudo isso saído do suor do povo, portanto pago por todos nós, que dizer da nossa sociedade cada vez mais social?

Sim, refiro-me aos políticos que nos levam couro e cabelo para nada! Sim refiro-me a administradores das grandes empresas, públicas e privadas que são reis e príncipes neste mundo de larápios! Para eles levarem essa vida faustosa, pagamos nós os incríveis preços de produtos mal feitos e de serviços mal prestados. Não seremos só nós, eu sei, mas os povos desta célebre sociedade (a grande comunidade da Europa) estão cada vez mais escravizados na sua luta para poderem viver com certa dignidade e, então, Portugal é o máximo!

Só vejo dificuldades à minha volta e os foristas do templo dizem-nos que a tendência é para piorar nos próximos 10 anos! Dizem que os empregos serão cada vez menos, que para a Segurança Social, virá um dia, não longínquo, que deixará de pagar a quem pagou o que lhe pediram. No entanto para amainar os péssimos ânimos do povo, aparecem sempre alguns prontos para nos divertir, como, por exemplo, a tourada a realizar nos Açores em terras de Santa Maria, para comemorar o aniversário da sua autonomia. Por isso o meu Quico enviou às faustosas autoridades daqueles sítios este e-mail:

«Ex-mos Senhores Presidência do Governo Regional dos Açores, Ministro da República para os Açores, Câmara Municipal de Vila do Porto, Circulo de Amigos de S Lourenço (entidade organizadora).

Eu sou o Quico, o gato do Ventor e estou muito desolado por saber que vão chegar aos Açores uns touros para serem toureados nessa bela terra de Santa Maria. Costumo dizer, nas minhas comunicações com terceiros que sou o vosso amigo Quico, mas neste caso não usarei essa doce frase, pois não poderei usá-la com aqueles que vão permitir que os meus verdadeiros amigos, os touros do Ribatejo, ou outros quaisquer, que vão ser terrivelmente mal tratados para satisfação e gáudio de meia dúzia de iluminados.

Eu dirijo este e-mail às Entidades acima porque sei que entre elas estarão os verdadeiros responsáveis por essa tourada. Ou porque a organizaram ou porque permitiram a sua organização e também porque, se quiserem, poderão evitá-la.

Também sei que os amigos das touradas não são sensíveis à voz dos homens, nem às dores e sacrifícios dos touros e se calhar, menos ainda ao desânimo e desolação de um gato. Vocês são políticos e têm por obrigação tentar arranjar emprego para os desempregados e também divertimentos para o Povo, porque não! Mas há sempre gente apta nos meios políticos, por arrasto ou por vontade própria, a entrar por caminhos que são uma nódoa para a dignidade do homem neste planeta cheio de arrelias.

Vocês querem satisfazer o Zé Povinho, mas como eu ouço os homens deste mundo em que me integro, podem fazê-lo muito bem sem mal tratar os nossos companheiros de CAMINHADA e satisfazer também a vossa própria satisfação pessoal! Se querem manter o povo entretido, é tão simples! Porque não transformam esse local da tourada num campo de jogos de Chinquilho, da Malha,  da Macaca!

Enfim! Já não falo noutros géneros de espectáculos que esses certamente conhecem. Vocês sabem o que é jogar ao Chinquilho? Eu sou gato, também não, nem sei se o Ventor sabe, mas sei que ele costuma ver uma gente do grupo de reformados a jogar ao Chinquilho e bem divertidos. Promove a auto estima, é bom para o stress e satisfaz plenamente aqueles que ao Chinquilho se dedicam nas horas de lazer.

Vocês são homens, e diz o Ventor que pertencem à classe dos notáveis. Serão mesmo notáveis? Eu penso que um homem notável será aquele que vela por si, pelos seus semelhantes e por todos os animais que o Senhor da Esfera colocou neste mundo para prosseguirmos ao lado uns dos outros a melhor caminhada possível. E seria tão simples! Bastaria que todos tivessem bom coração e soubessem respeitar aqueles que vos matam a fome e só por isso, eles deveriam ter no pouco tempo que lhes dão de vida, uma vida vivida com dignidade.

Se calhar comer-se-iam menos toxinas e haveria menos doenças ente nós todos. Por isso, em nome da DIGNIDADE QUE DEVE PAUTAR TODO O SER HUMANO, vos peço. NÃO FAÇAM MAL AOS MEUS AMIGOS! VÃO JOGAR AO CHINQUILHO SEUS CRETINOS!

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira