Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

trees-5746604_960_720.jpg


O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...


Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


Adrão e o Ventor
O Cantinho do Ventor
Ventor e a África
Observar o Passado
Planeta Azul
A Grande Caminhada
A Arrelia do Quico
Os Amigos do Quico
Fotoblog do Quico
Fotoblog do Ventor
Coisas Lindas do Ventor
Rádio Ventor
Pilantras com o Ventor
Fotoblog do Pilantras
Montanhas Lindas
Os Filhos do Sol
As Belezas do Ventor
Ventor entre as Flores

30.11.05

Caminhar com Pessoa


Ventor

 

pessoa1.jpg

Fernando Pessoa

Nas minhas caminhadas, tem estado presente, entre outros, o Fernando Pessoa. O nosso Nandinho literário! À medida que vou caminhando entre o nosso mundo natural onde, com mais ou menos dificuldades proliferam os meus amigos, peludos, penudos e escamudos, e mais uns quantos, procuro meditar em todos aqueles que deram alma a Portugal.

E, como sabem, Fernando Pessoa é um deles. Ele preenche um grande espaço na nossa alma colectiva e, por isso, eu não vou deixar passar os seus 70 anos de peregrinação por entre as estrelas sem o recordar, bem como os seus heterónimos que o multiplicaram. Por isso, aqui estou para agradecer ao nosso Pessoa, a sua caminhada pelo nosso Mar Salgado onde continuam a ser vertidas lágrimas portuguesas. Lágrimas de tristezas que nunca acabam. Assim, neste dia, recordo Pessoa e tento esquecer a chularia da Pátria!


Casa Velha.jpg

A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

11.11.05

S. Martinho


Ventor

Hoje é dia de S. Martinho. Vamos à Adega ao vinho!!

Nov,11 115.jpg

A torneira continua a verter água-pé para os clientes

Por isso, como nos meus velhos tempos, quem pode, vai à Adega e prova o vinho! Mas hoje levantei-me e fui à procura de Baco porque, quando o S. Martinho apareceu e se tornou famoso, já eu e Baco estávamos fartos de grandes bacanais. Ainda me recordo do Evoé Baco, que Júpiter gritava na Guerra dos deuses contra os Gigantes quando Baco se batia galhardamente contra o terror de então.

Nov,11 116.jpg

Este amigo, das escolas de Baco, hoje não tem mãos a medir.  Está a ajudar o empregado da Dona Rita

Um dia Baco lembrou-se das ninfas que o criaram e pediu-lhe para levarem em recipientes de madeira (os velhos barris) a bebida virtuosa para que os Gigantes matassem a sede com ela. Essa bebida era uma maravilha que Baco tinha cultivado e que, nessa altura, eu segui o seu trabalho desde a plantação das videiras, passando pela poda, pela vindima, pelo esmagamento (pisagem), pela fermentação e pelo vinho novo. Era uma maravilha aquele trabalho de Baco e das ninfas da Trácia que desciam do monte Nisa para os vales onde tudo se desenrolava sob a luz do nosso amigo Apolo.

Nov,11 118.jpg

Este barril foi aviado num ápice

Quando aquela bebida divina estava preparada, os Gigantes nem olharam para trás, provaram-na e gostaram imenso. As Ninfas perguntaram se queriam mais e eles, claro, disseram que sim. Foi aí que começou a reviravolta da guerra entre os deuses e os Gigantes. Essa parte da guerra não vos vou contar, porque é um episódio bélico e já temos episódios desses em demasia no planeta Terra, mas sei que Baco quase adoeceu quando as Ninfas foram buscar em grandes carros de bois os grandes barris de quase toda a colheita do meu amigo. Claro que os Gigantes inebriaram-se e foram apanhados que nem patinhos. "Evoé, Baco"!

Nov,11 120.jpg

Mas a Tasca da Dona Rita, hoje colocou os barris na rua para que S. Martinho e Baco sejam lembrados

Bem mas hoje eu gostei de comemorar esses episódios e recordo assim o verão do nosso S. Martinho, da sua água-pé e do seu vinho novo, mas não esqueço toda a trabalheira que o meu amigo Baco teve a ensinar os homens a produzir bons elixires. Por isso eu voltei à Tasca da Dona Rita que por ali anda há quarenta e sete anos e ali chegou já com trinta. Segundo ela me disse, vendiam ali tudo, desde a boa e má água-pé, vinhos novos e velhos e que vendiam também petróleo, carvão e todas as coisas que na época eram tão necessárias. Disse-me que chegou a ser ela a levar o carvão à cabeça para satisfazer os clientes que dele necessitavam e cujas encomendas tinham de ser executadas no prazo de uma semana. Fantástico!

 

Nov,11-102.jpg

É um bom coredor de barris

Mas hoje a Dona Rita, ainda foi mais simpática que da primeira vez. Quando me viu lá do fundo, levantou a mão, sorriu para mim, arrumou a tralha que tinha e veio ter comigo ao Balcão da sua bela Tasca, onde conversamos um pouco sobre a velha Amadora e a nova.

Claro que a nova Amadora deixa muito a desejar com a chegada do betão, mas as vidas das cidades e dos seus habitantes não pára, estando em permanente mutação. Obrigado Dona Rita. Vou comer umas castanhas e levantar o meu copo de água-pé á nossa. Ah, e porque não deixar-lhe aqui um beijinho, de um minhoto para uma saloia desta bela Estremadura. Um dia falarei sobre o meu amigo Baco ou deixarei isso para o Quico. Hoje vou dedicar-me à água-pé!

Bom S. Martinho para todos.


Casa Velha.jpg

A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Pág. 1/2