No cabeçalho, a ponte romana de Cangas de Onis, sobre o rio Sella. Uma maravilha por onde caminharam romanos, árabes e tantos outros.
Umlago de Covadongaque retrata as belezas dos Picos da Europa, nas Astúrias
O Ventor saiu das trevaspara caminhar entre as estrelas. Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...
Ao 4º dia de Janeiro de 2006, caminhei 4 horas com a arrelia do nosso Planeta Azul.
Quatro horas, foi muito bom para quem já não fazia caminhadas a sério há algum tempo. Os últimos tempos, poucos, foram absorvidos em caminhadas com outros afazeres. Arranjei tempo para assistir à partida da Grande Caminhada, Lisboa Dakar, mas ainda não arranjei tempo para ver a célebre Árvore de Natal que resolveram colocar na Praça do Comércio. Eu sei que tem apenas mais uns metros que a do Natal anterior, mas gostaria de vê-la enquadrada naquilo a que já se chamou a Varanda da Europa. Porém, apesar do meu interesse nesse enquadramento, ontem senti mais interesse pelas arrelias do nosso Planeta Azul. E valeu a pena!
Encontrei muitos dos meus amigos e, para além deles, encontrei uma garça cinzenta que, por um triz, não fotografei como gostaria. Mas ela ainda me disse, que se eu não me armasse em Paparasi, teria muito gosto em posar para mim. Ainda fez a demonstração de como seria só para me fazer crescer água na boca.
Esta coisa Linda saiu-me do meio do ribeiro
Mas para além dela, lá estavam todos os meus amigos do costume, menos as galinhas dágua! Depois, caminhei para a minha Bouça e, mal entrei no meio do arvoredo, logo à minha vertical, apareceu, chamando, esta coisa linda que eu procurei imitar e ela teve a gentileza de corresponder, baixando sempre com a cabeça de lado a olhar-me, fazendo uma passagem baixa à minha frente, circulando por trás de um eucalipto e até fez um gesto para pousar mas preferiu apostar no seguro circulando pelo meio das árvores, mas de abalada.
Ela torna realmente os céus mais bonitos
Depois certifiquei-me da evolução da acção do longo estio sobre as árvores e apesar de alguns freixos mortos e outros quase, notei a recuperação dos sobreiros que, no Outono estavam totalmente despidos de folhas e, com as chuvadas que se seguiram, começaram já a arranjar uma roupagem nova.
As copas destas árvores faziam arrepiar, mas agora o tom verde é de facto esperança
Algumas das coisas boas que este mundo ainda pode ter para nós, são as árvores, os rios que ainda correm a céu aberto e os animais, nossos companheiros de caminhada. Espero que os homens que só sabem trabalhar em alcatifas não estraguem o pouco que ainda temos de bom, mas não me parece que vá ser assim. Se calhar, ainda no meu tempo, teremos de andar muito e não encontraremos árvores destas!
Sobreiros seculares
Engraçado que ontem vi um animal que não fazia a mínima ideia que existisse por aqui. O lagostim de água doce! Quando o vi já não deu para fotografar, limitei-me a ver o seu vulto a passar na água que corria já no escuro. Também perdi algum tempo a ver os morcegos esvoaçar e recordo-me do tempo que, ainda criança, me ensinaram a tentar apanhá-los com uma vara para saber se a sua perícia era, de facto, semelhante a um bólide com radar. Depois lá me fiz a casa, lamentando a pequenez dos dias de Inverno, mas 4 horas, já chegavam! E ainda assisti a um combate de patos.
Quiseram exibir-se para mim
O meu amigo Apolo abalou e eu segui-lhe as peugadas
A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira