Ainda os Pica-Paus
Hoje quanto a pica-paus, foi um dia grande!
No entanto, continuo no mesmo dilema quanto aos ocupantes da mansão dos meus amigos do ano passado. Hoje, de manhã, levantei-me tarde e decidi ir beber o café a S. Pedro de Sintra, ao café da minha "prima" Natália, um recanto muito agradável. A dona do Quico, telefonou à irmã, a avó do Tomás, a perguntar-lhe se queria ir à Natália e assim fomos os quatro, nós e os avós do Tomás até ao Café da Natália. Decidimos ficar fora, na Esplanada e ali bebi o meu cafézinho e comi o meu belíssimo travesseiro chegado um pouco antes da Piriquita. Quando estávamos nos dedos de conversa, resolvi olhar por cima do ombro para trás onde está um dos meus monumentos preferidos de S. Pedro de Sintra - um castanheiro! É esse castanheiro que me leva a encostar ali pela Natália.
Ao mesmo tempo que espetei com os olhos sobre o castanheiro verifiquei que uma ave, com um voo que me era familiar, estava a fazer a sua "aterragem" num galho entre as folhas. Nem acreditava! Levantei-me como um autómato e fui verificar mais de perto se aquele momento seria o que eu pensava que estava a existir. E era! Um belíssimo pica-pau malhado espreitava-me lá de dentro. Ele ficava uma beleza no meio das folhas verdes do castanheiro e pelos meus olhos passavam imagens velhas com coisas novas. Esta imagem real atirou comigo para um passado já bem longo. Nunca mais tinha visto um pica-pau no meio das folhas verdes de um castanheiro. Até parecia que se ria para mim. Depois passou-se para outro castanheiro e eu fui espreitá-lo e, dali, esvoaçou por cima da minha cabeça para a Quinta de Santa Teresinha. Só não foi perfeito porque nunca o consegui fotografar. Para mim tinha sido uma manhã bela. Revivi o passado.
De tarde resolvi ir investigar a mansão dos meus amigos do ano passado e continuo intrigado. Continuei a ver o pica-pau preto que levou de comer ao(s) filhote(s) e foi-se sem eu o perturbar com a minha máquina.
Depois aproximei-me mais e vi a porta da mansão abeta.
Caminhei e aproximei-me mais um pouco e vi que estava um lá dentro. Não sabia se era o parceiro no choco, ou se era um filhote, mas via algo que mexia e parecia-me um bico.
Lá continuava a ver vida mas não sabia o que era e comecei a afastar-me para não perturbar aquele amigo que me espreitava. Depois pareceu-me ouvir: «Pst! Pst! Ventor, vai-te embora pá, senão não como mais hoje. Tem pena de mim»!
Claro que me fui logo embora porque aquela mãe poderia aparecer com mais comer para o dito ser, e assustar-se comigo. Olhei para trás e vi que ele me espreitava. Virei-me e tirei mais uma foto. Só agora no computador é que eu vejo esta coisa linda, nascida em 2006. E não tem nada a ver com o meu amigo do ano passado!
Digam lá que não é uma beleza também!?
Mas depois continuei a minha caminhada a ver se via ou ouvia os meus amigos gaios e nada. Mas passei por um velho castanheiro podre de velho que há dois anos tem um buraco de ninho de pica-pau. Sentei-me numa pedra ali próximo mas um pouco afastado. Levantei-me para me vir embora e ao passar pelo castanheiro um pica-pau malhado pousou num galho por baixo do buraco e atrapalhamo-nos os dois pela surpresa. Ele fugiu e eu voltei para trás. Continuei à procura dos gaios e só vi dois. Eles nunca mais esquecerão 2005. Nem eu! 2005 trouxe-lhes fome e abalaram! Lembram-se que eu cheguei a levar-lhes água?
No regresso voltei a passar pelo castanheiro e voltei a ver o malhado! Há ali uma mansão ocupada!