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As Caminhadas do Ventor

... por aí

As Caminhadas do Ventor

... por aí

No cabeçalho, a ponte romana de Cangas de Onis, sobre o rio Sella. Uma maravilha por onde caminharam romanos, árabes e tantos outros.


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Um lago de Covadonga que retrata as belezas dos Picos da Europa, nas Astúrias


O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...

Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!

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Amigos que nunca esqueço

Ontem deu-me para visitar amigos. Era para ir a Sintra beber o meu café e comer o meu travesseiro, mas não me apeteceu por já ser tarde.

Bebi o café na Amadora e, de repente, lembrei-me de uns amigos que tenho ali nos arredores de Sintra: burros, cavalos, ovelhas, cabras....os amigos do ventor. Mas desisti!

Depois desafiei a dona do Quico para irmos dar uma passeata junto de outros amigos e ver como cresciam as "minhas" dedaleiras. Depois de beber o café, rolava no IC19 com esse objectivo, mas, ao ver o calçado da dona do Quico, desisti dessa caminhada e mentalmente preparei outra. Voltei a lembrar-me dos amigos de Sintra! Quando ela deu pela fé, eu já estava rolando ao lado do traço contínuo da viragem e com outro destino. "Então, já mudaste de objectivo"? «Já! Vamos ver os burros»!

"Os burros"?!

Entretanto, tucou o télélé, ela deu a nossa posição e foi informada que não era boa ideia ir para Sintra tão tarde, porque decorria lá a festa das flores e não teríamos onde arrumar o carro! Mas eu já tinha bebido o café e não estava nada preocupado com a arrumação do carro, em Sintra. O meu objectivo não tinha nada a ver com cafés, nem travesseiros e menos ainda com a tal festa (mercado) das flores. Para mim a única festa das flores é aquela que eu e elas fazemos, em campo aberto!

Decorreu uma rodagem célere em pleno IC19, mas no fim, embasbacamos! A chamada "bicha" lá estava e eu aguentei a estucada, mas na devida altura, fiz o desvio!

Ao chegar notei, a falta dos meus amigos, burros e cavalos, e ... nada! Arrumei o carro num trilho, a dona do Quico ficou a ler e eu preparei a outra companheira de caminhadas e entrei por um dos dois trilhos a ver se via os meus amigos dos últimos tempos. No fim de um espaço encontrei ovelhas e cabras e disse cá para os meus botões que já não perdia tudo!

Esta pose, ao natural, era majestática!

Esta ovelha achou que me devia cumprimentar

Esta cabra, se calhar julgou que eu lhe iria roubar o leite, levantou-se e afastou-se

Estas ovelhas estão nas suas sete quintas. Já criamos uma amizade!

Depois de tirar umas fotos às cabras e às ovelhas, um pouco desanimado, tropecei nesta dedaleira.

 

Esta dedaleira deu mais vida ao meu dia e uma canseira á minha máquina

Aí tudo mudou! Fotografei, fiz a minha festa das flores, e segui! Olhei pela encosta abaixo à procura dos burros e cavalos e dei de caras com mais estas dedaleiras. Recomecei a fotografar! Chunfum, chunfum, chunfum ... A minha máquina engolia as dedaleiras todas. Eu nunca tinha visto tantas dedaleiras na minha vida!

 

Porque, a partir daqui, foi um nunca mais acabar

Regressei todo entusiasmado e quando a dona do Quico destrancou o carro, disse-lhe: fecha, e segui! Apontei para outro local e mostrei-lhe uma mancha vermelha. Ela olhou e não ligou! Mas eu segui o meu destino direito a mais aquelas dedaleiras que estavam à minha disposição. Olhei-as, fotografei-as, fiz-lhe festas, falei com elas, enfim .... estas estavam num local público, as anteriores estavam dentro de propriedade privada e só a minha máquina foi invasora, mas com o meu entusiasmo, estive quase a entrar com ela!

Fiz rebolar os meus olhos pelo vale abaixo e tropecei no que já conhecia

Depois, um homem e uma mulher encostaram o carro junto do meu e quando eu cheguei, ele perguntou-me porquê tanto entusiasmo a fotografar os "cucos"? «Cucos»? «Quem me dera»! Bem se fotografasse cucos enchia a Net de cucos, mas as dedaleiras já eram, para mim, entusiasmo que bastasse! Depois, na conversa, soube que a mulher chamava "estroques" às dedaleiras e que o homem, sintrense, lhes chamava "cucos"! No norte chamamos-lhe "estroques" e a esposa nortenha do sintrense, não lhe tinha perdido o nome que aprendeu naquele seu primeiro mundo.

Mas o melhor vinha aí. Dedaleiras sem fim!

Mais. Mais e mais!

Foi esta a festa das flores que eu fui encontrar nos campos de Sintra. Esta sim, a minha festa! Estive dezenas de anos sem ver uma dedaleira, quando reencontrei a primeira cerca de 40 anos depois, em 2004, fiz a festa á minha maneira e, hoje, as dedaleiras, voltaram a ser minhas companheiras de caminhada. Que beleza!

Elas são lindas!

Mas, depois, quando ia entrar no carro para vir embora, de soslaio, vi um cavalo. Mostrei-o à dona do Quico e segui no carro para lá. Encostei o carro e foi só fotografar. Tudo aquilo que me tinha levado a Sintra estava ali, mais a cereja sobre o bolo - aquele mundo imenso de dedaleiras!

Depois ... bem, depois, os outros amigos. Um cavalo ...

... mais cavalos

Mãe e filhota ou filhote

E os burros não podiam faltar! Eles de burros têm o nome mas são mais inteligentes que muitos dos nossos transportadores de canudos

Ali encontrei todos os meus amigos: ovelhas, cabras, cavalos, burros, e as minhas queridas dedaleiras desfraldadas, batendo palmas para mim, saudando-me!

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Que mais querer...

... só faltou o Cuco para que tudo fosse perfeito.

Caminhar de mãos dadas com a Primavera faz com que eu me sinta um privilegiado. Caminhar de mãos dadas com a Primavera, permite-me caminhar entre flores e, também, caminhar entre bicharada eufórica.

As princesas mostram-me os seus brincos

A terra, em dias lindos, como estes últimos, manifesta força, empulga-se  e liberta o seu perfume que emana das suas entranhas.

Nota-se pujança em tudo que nos rodeia e nos atinge também. Até parece  que tudo bate palmas ao nosso amigo Apolo que, lá do alto, contempla o seu trabalho.

Um cantinho do Edem

 A beleza dos fetos

Caminhar à sombra de majestosos sobreiros, ver as borboletas esvoaçar entre sanguinhos, ao mesmo tempo que as ervas mostram para mim todo o seu vigor, tal como as dedaleiras  que, em apenas três dias, exibem toda a sua pujança, ao mesmo tempo que a sinfonia dos vários penudos "alados", me envolve em notas quase divinas e ... que mais eu posso querer?

Um trilho no Edem

A beleza do cântico

Uma dedaleira cheia de euforia

Quando aprecio as linhas sinoidais de uma cobra preta, estirando-se por entre as ervas e que parece querer dizer-me: "espera Ventor, que vou ali, mas já venho ..."

Quando ouço o arrulhar das rolas, vejo a "escrevedeira" subir os troncos das árvores e sinto bem perto o "martelar" do meu amigo pica-pau ,,, que mais querer?

Os meus amigos a que chamo "sobe e desce"

Quando o gaio grasna, esvoaçando sobre a minha cabeça, mostrando o belo colorido do azul e branco no café com leite das suas azas, ... quando, lá no alto, a águia observa as minhas passadas, espreitando, ao mesmo tempo, se entre as verduras floridas se anichem coelhos e perdizes ... que mais querer?

Este gaio observa-me

Quando os melros namoram pelos meus trilhos, as lavandiscas procuram comer, sempre bailaricando, fazendo parte integrante do musical, ... que mais querer?

Pois é!

Numa pequena caminhada de Primavera ...

Uma amostra de cucos da Wikipédia

... só me faltou o cantar do cuco para que tudo fosse perfeito!

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Páscoa Feliz ...

... para os Duros do Niassa ... para todos.

Mais um ano de longas caminhadas, mais uma Páscoa.

Mais amêndoas, muitas amêndoas, mais de tudo ... tudo que seja bom, porque as coisas más também acontecem sempre e, como devem calcular, o que todos nós queremos, são coisas boas. E é isso que eu espero para todos vós, tudo de bom e também, nesta Páscoa, muitas amêndoas.

Hoje, eu vou comer mais três amêndoas e comendo estas três amêndoas, homenagear os meus "companheiros de guerra" que na Páscoa de 1968 comeram três amêndoas comigo!

Todas as Páscoas eu vos homenageio com três amêndoas como as que comi em 1968.

Olá amigos!

A minha homenagem aos meus companheiros de guerra - os Duros do Niassa! Todos vós viveis sempre no meu coração e acredito que não haverá maior irmandade que aquela que nós criamos por terras de África,

Para todos vós uma feliz Páscoa de 2007. Já passaram tantas águas entre nós. São só 39 anos!

Amêndoas para vós com um abraço do Ventor ...

 

 

Todos os anos tiro três amêndoas e com elas eu vos homenageio

Não esquecendo todos os outros ... aos Duros, aos Bons, aos Melhores ... 

Fez 39 anos, no dia 6 de Abril de 2007, que cheguei a Marrupa onde me juntei a muitos de vós e onde esperei a chegada de outros. Aí fizemos o nosso Cantinho dos Sornas, aí, rodeados por matos e savanas, aprendemos a viver juntos, tal como os mosqueteiros, um por todos e todos por um!

Salvé, Duros do Niassa!

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Domingo de Ramos

Hoje, como é Domingo de Ramos, dediquei este dia, especialmente, às flores.

Não coloco qui as flores amarelas das giestas porque não me recordei a tempo de que era domingo de Ramos e, lá por Adrão, era com giesta que se enramalhavam as portas e as janelas em tempos que as pessoas ligavam aos domingos com algum significado de festividade.

Tenho muitas flores amarelas de giestas por aqui mas não é a mesma coisa que dedicar o dia a apanhá-las ou a fotografá-las e, por isso, para recordar o Domingo de Ramos de 2007, deixo aqui flores trabalhadas pela mão do homem, porque são semeadas, regadas, tratadas, observadas ... e foi isso que fiz hoje, observei-as!

Por isso, deixo por aqui algumas para, quem quiser, possa fazer uns raminhos!

Também com o andar do meu amigo NetSapinho, ainda estaria aqui no próximo Domongo de Ramos a colocar mais uma foto!

Façam um raminho e que as flores estejam sempre convosco.

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira