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As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

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O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...


Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


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Ventor entre as Flores

29.08.07

Almada


Ventor

Ontem fui a Almada!

Ontem tive de estar no Seixal, ás 9 horas da manhã e depois dei uma volta por terras de parte da minha juventude.

O valor da palavra ... a campainha, a tal campainha que sinto nos meus ouvidos quando ouço determinadas palavras, como Ormuz e não só, também existe quando ouço certas palavras aqui bem perto!

Levantei-me cedo, e corri para a varanda para ver como estava o dia. Grande desilusão! Tudo fosco! O nevoeiro cercava-me e a minha amiga Vénus estava bem escondida. Mas tinha de ser! Eu e a dona do meu Quico, a nossa dona, fizemo-nos à margem sul e, à hora marcada, lá estávamos como combinado. Depois ... bem, depois foi caminhar para recordar!

O Cristo Rei lá estava, como sempre, a abraçar a Ponte e Lisboa, mas de costas voltadas para Almada

Lá apareceram os nomes que eu estou habituado a ouvir e até a observar, mas ontem seria especial se o tempo me deixasse! Observei a velha reentrância de água e lama que, do Mar da Palha, avança pela terra dentro, por entre barcos e barquinhos, uns activos e outros talvez carcaças do passado. Por entre o nevoeiro, pouco dava para observar a não ser aqui e ali alguns mamarrachos apodrecidos pelo tempo. Depois os nomes das muitas terras que antigamente eram individualizadas, mas hoje não se sabe onde começam ou acabam.

Lá vinham a Arrentela, Paio Pires, Cova da Piedade, Cacilhas, Corroios, Feijó, Amora e algumas outras que se foram esvaziando na minha mente, à medida que os anos iam passando e elas ia inchando. Incharam tanto que tudo aquilo mais me parece um balão pronto a rebentar.

No entanto, Almada lá estava! No mesmo sítio, mas tão diferente. Cruzei Almada em vários sentidos e não conhecia, praticamente, nada. Muitas obras, tudo escavoucado aqui e ali, e por ruas que fui passando, já nada conhecia. Terei de voltar lá e fazer tudo a pé, como antigamente. Mas voltei a ver, de perto, o Cristo Rei sempre a abraçar Lisboa! Há três anos que andava para ir ao Cristo Rei e fotografar Lisboa desde aquele local para me entreter a fazer comparações com o passado. Mas vejam lá que já nem soube ir à primeira para o Cristo Rei e depois para sair de lá foi o mesmo. As sinalizações são uma desgraça para quem não conheça ou para quem já esqueceu, ficando apenas com a sonorização dos nomes!

Um troço da ponte visto desde o Cristo Rei

Mas do Cristo Rei deu para espreitar por entre a névoa o lado de cá. Por fim lá vi, mal mas vi! Monsanto, as Amoreiras, o Terreiro do Paço ... enfim toda a Lisboa visível, por entre o nevoeiro dissipado ... e lá estavam também, a Torre de Belém, os Jerónimos, o Pavilhão dos Descobrimentos, as Portugálias, a Vela Latina ... todo aquele meu mundo dos últimos tempos.

Vou ter de voltar a Almada! Algumas ruas, como noutros sítios, já têm outros nomes, como se mudar nomes a ruas seja algo que dignifique uma Revolução! Claro que esta atitude não é só pertença de Almada mas de todas as localidades, grandes ou pequenas, onde uns "penachos" de revolucionários entenderam que era uma maneira de se imporem!


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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

28.08.07

As minhas Sete Maravilhas


Ventor

Vou aceitar parte do desafio da Adriana a nossa (Tiririca do Brejo) e colocar aqui as minhas Sete Maravilas que me têm encantado neste mundo.

Porém, não irei nomear outros 7 que exponham aqui as suas 7 maravilhas, porque à primeira qualquer cai e à segunda só cai quem quer e eu posso ser tudo menos "pato"! Posso é pedir a todos que por aqui passem para nos falarem, se quiserem, das suas Sete Maravilha.

Então aí vão as minhas grandes Sete Maravielas deste mundo cuja numeração apenas quer dizer que são sete e nada tem a ver com uma ordem de valores.

1 - Uma das minhas Sete Maravilhas, é acordar cedo e espreitar pela janela a Estrela da Manhã. A minha querida amiga Vénus;

2 - Outra é subir as minhas Montanhas Lindas, sentindo, no nariz, a aragem fresca da manhã, de um dia que vai ser quente, enquanto o manto do meu amigo Apolo vai descendo a montanha, caminhando até mim ;

3 - Caminhar ao sol de um dia fresco de Primavera, em prados de fenos viçosos, cheios de flores, por sobre as quais esvoaçam muitas borboletas e, enquanto inspiro os perfumes de tudo isso, nos arbustos das sebes divisórias, encontrar ninhos de passarinhos com ovinhos ou "pitinhos" de bico aberto, esperando a chegada dos seus papás com a alcofa do almoço, nos bicos;

4 - Ou então, fazer uma caminhada mais por cima, entre os carvalhos, observando mais em baixo, os tais prados floridos, ao mesmo tempo que vou inspirando o perfume do láudano que sai das folhas verdes e viçosas da árvore rainha dos meus amigos Druidas;

5 - Mas, posso apreciar mais uma das minhas Sete Maravilhas se caminhar mais em baixo, descendo ou subindo o rio, por entre o viçoso carriço, à sombra dos salgueiros e outros carvalhos, por entre os quais se infiltram as silvas, que coloridas de flores que já foram, se apresentam agora coloridas de amoras, vermelhas, amadurecendo ou negras, já maduras. Ah, minha amora negra! Em baixo, entre as amoras, nas águas límpidas o belo cheiro do lodo, sobre o qual desfilam as trutas:

Hoje apetece-me deixar-vos amoras

6 - Subindo nas minhas Montanhas Lindas, posso assistir a outra Sétima Maravilha, ao ver caminhar a meu lado, à frente ou sobre a cabeça, todos aqueles que o Senhor da Esfera lá colocou. Aquele é o seu mundo! Ver um coelho especado a olhar-me, ver os sardões no seu direito de acolherem o nosso amigo Apolo, ver o lobo galgar as lages, ou as águias fazerem acrobacias, é uma das mais belas maravilhas que a Natureza, neste mundo, tem para nos oferecer.

7 - Deixei para o fim, juntas numa única Maravilha, todas as obras que nossos maiores nos deixaram, a que chamo  - a obra humana - e que pode compôr-se de uma simples ruína à mais audaciosa de todas que podemos encontrar entre nós. Para mim, podem ir de uma casa velha numa serra alentejana, ou um grupo de cortelhos nas minhas Montanhas Lindas, como os Cortelhos do Muranho, sem esquecer obras como as tais realizadas com o "amor de pedra feito".

Agora sim! Já vos posso desafiar a todos a falarem das vossas Sete Maravilhas.


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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

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