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As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

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O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...


Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


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Ventor entre as Flores

15.11.09

Ainda os muros


Ventor

Como continuo caminhando em trilhos de muros, vou falar-vos, aqui, de um novo muro do nosso tempo! Sim, porque os muros continuam a ser levantados! Uns são deitados abaixo, outros levantam-se, por vontade dos homens ... homens que, poderão ter ou não ter, classificações um pouco bastardas.

Tem havido sempre razões para haver muros, razões, elas, também bastardas.

Cabe a todos nós detectar as bastardices desses levantamentos e procurar derrubá-los!

Mapa da Faixa de Gaza, na costa do Mediterrâneo. Gaza é delimitada a Oeste pelo mar medterrâneo, a sul pelo Egipto, a norte e a leste por Israel.

Gaza, é a maior cidade dos territórios da Palestina com, aproximadamente, cerca de 700 mil habitantes. Desde 2006, é administrada pelo Hamas, grupo fundamentalista islâmico, ano em que venceu as eleições contra a Autoridade Nacional da Palestima que governava como resultado dos acordos de Oslo, com Israel, creio que, desde 1993.

Gaza, era uma das grandes cidades dos tempos dos Filisteus, e foi, também, dentro dela, que se passaram algumas das grandes peripécias do nosso conhecido Sansão e da nossa bela Delilah!

E, para todos nós que deixamos passar, à margem, muitos dos dados históricos que se propagaram, até chegarem ao nosso tempo, em resumo, deixo aqui outras peripécias para além das de Sansão:

 - Gaza, foi um campo de zagaratas sem fim, no caminhar dos séculos. Dos milénios! Até parece que ela era, e continua a ser, a grande encruzilhada de grandes batalhas políticas e militares.

Em 333 AC, caiu em poder do meu amigo Alexandre da Macedónia, mas continuou sempre, impávida e serena, nos trilhos da Guerra. Mais tarde foi palco das campanhas romanas. Ela assistiu às vitórias dos Macabeus, e foi palco das zaragatas do Califa Abu Bakr, dos Templários e de Saladino. Foi ocupada pelos franceses, em 1799, depois pelos turcos e, de seguida, devido à 1ª Guerra Mundial, pelos ingleses.

Desisto das ocupações dos tempos modernos, pois todos temos uma ideia do que se tem passado. Não desisto é da ideia de que Gaza, continua a ser palco de batalhas sem fim! E não desisto da ideia de que o mundo, o nosso mundo, tem de pôr termo a isso!

Aqui, neste mapa, vemos Israel, limitado a norte pelo Líbano, a Leste pela Síria e pela Jordânia, a sul, pelo Egipto e pelo Golfo de Aqaba no mar vermelho e, a Oeste, pelo mar mediterrâneo e pela Faixa de Gaza

Sabemos que, bem ou mal, o mundo, através das Nações unidadas, implantou o Povo de Israel nos seus velhos territórios e não desisto da ideia de que, os palestinos também são de lá!

E também não desisto da ideia de que, muros, aqueles muros de que falamos, nunca deverão existir em lado nenhum, e menos ainda, cercando a chamada faixa de Gaza!

Mas também não desisto da ideia que, se queremos um dia encontrar Gaza como uma grande cidade, muçulmanos e judeus, terão a chave que poderá abrir as portas de Gaza ao mundo. Essas portas nunca poderão ser abertas por uma chave só! Haverá a chave dos palestinos e haverá a chave dos judeus. E, para que tudo corresse bem, seria necessário que todos os ferreiros trabalhassem na feitura dessas chaves.

Uma noite, cerca das 22 horas, em 1967, numa leitaria da Av. Pascoal de Melo, em Lisboa, encontrava-me com um amigo, um Tenente da 1ª Região Aérea, a bebermos um café. De repente, entrou um tipo pela porta dentro e eu só ouvi: "Mon Ami"! À minha volta, começou, apenas, a falar-se francês. Ami daqui, ami dali, quis ir-me embora, mas mon ami, português quis apresentar-me a son ami francês, e vim a saber que se tratava de um judeu que ele tinha conhecido na universidade de Paris, onde os dois estudaram Matemáticas Aplicadas.

Então, quando mon ami português, perguntou a son ami francês o que o trouxera até ali, ele disse que caminhava ao encontro da guerra, com passagem por Lisboa e tinha ido a sua casa onde o informaram que estaria naquele local a beber um café, com este vosso amigo!

Eu fiquei alarmado ao ouvir as informações que o judeu dera de ses amis, judeus franceses que, tal como ele, caminhavam rumo a Israel! Foi a partir desse momento que eu me comecei a interessar por tudo que dizia respeito a judeus e palestinos. Por isso, com muita tristeza, eu tenho acompanhado, tanto quanto possível, as refregas entre judeus e seus inimigos de peito, os muçulmanos!

Isto, mesmo que pensem que não, é uma guerra à escala mundial! Há judeus e árabes em toda a parte e, em toda a parte eles se defrontam.

Agora, quanto a muros, ajudemos a derrubar as muralhas que cercam ou se preparam para cercar a faixa de Gaza. 


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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

09.11.09

Já lá vão 20 Anos!


Ventor

Lembro-me que, noutros tempos, não podia com o Muro de Berlim!

Lembro-me de pensar que, se o tal da candeia árabe, me dissesse para pedir um desejo, eu diria logo: «derruba o Muro»!

O muro de Berlim tirado da Wikipédia

Cada vez que ouvia dizer que morreu mais alguém a atravessar o muro, eu sentia uma tristeza muito grande. Perguntava a mim mesmo, como era possível!

Alguém tinha de estar errado!

As pessoas queriam fugir para a liberdade e, então, arriscavam a vida a saltar o muro. Por vezes, eu imaginava-me na situação dos berlinenses do Leste. Se estivesse lá e se a coisa é mesmo como eu leio, até em livros proibidos, eu teria de dar o salto!

Perguntava-me a mim mesmo porque razão só fugiam de lá para cá. Depois lembrava-me do Casanova, que também fugia, segundo rezavam as histórias! O Casanova saltava pelas janelas, fugia pelos telhados e, se as chaminés fossem acessíveis, fugiria por lá! Claro que eu gostaria mais de fugir como o Casaniva, enfrentar os nossos "maus" da fita do que ter de saltar o Muro.

Adrão tinha um boi, creio que era o Castanho, que fugia como o Casanova. Eu já andava por cá e quando regressei, um tio meu disse-me que o Castanho era muito inteligente. Metia um chifre na cancela, retirava-a do local e, assim, dava acesso às vacas aos prados com o melhor comer. Ele retirava a cancela, mas não entrava. Era a sua maneira de conquistar os seus favores. 

Claro que os alemães do Leste não fugiam pelos motivos do Casanova ou do Castanho de Adrão. Eles fugiam, sobretudo, porque presavam a liberdade!

Eu perguntava-me sempre, porque razão, haviam pessoas que queriam ser comunistas, uma vez que a malta que podia, ou morria ou fugia de lá!

Quem se atrevia a iniciar a sua vida num regime que era, sem sombra de dúvidas, o mais sanguinário de todos!?

Como devem saber, só não saberão se não quiserem, se as coisas fossem assim tão simples, todos gostaríamos de ser comunistas. Eu seria certamente! Mas, depois de ver e saber em que pés acentava a Ditadura do Proletariado, o comunismo nunca seria possível, nem para mim, nem para ninguém! Seria possível, isso sim, se não fossem meia dúzia de indivíduos a impor a sua ditadura, o seu mando, o seu querer.

Eu li, em tempos, um livro de um Chefe do Partido Comunista brasileiro, acho que era o Cunhal deles, que me disse tudo. Esse livro, apesar de tão mal dizer do Comunismo, era proibido em Portugal. Disse-me a pessoa que mo emprestou. Já passaram tantos anos!

Mas na Rússia do Proletariado, na Rússia dos USSR, também haviam pessoas inteligentes e, por isso, pela sua inteligência e não só, o muro caíu!

Abaixo todos os muros!

Tal como o Kennedy «Ich bin ein Berliner»! (creio que é assim)!

Por isso, nunca poderia deixar passar aqui este dia de festa, pois ele será inesquecível por muitos séculos ou milénios.

VIVA a LIBERDADE!!!!


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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

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