Ainda os muros
Como continuo caminhando em trilhos de muros, vou falar-vos, aqui, de um novo muro do nosso tempo! Sim, porque os muros continuam a ser levantados! Uns são deitados abaixo, outros levantam-se, por vontade dos homens ... homens que, poderão ter ou não ter, classificações um pouco bastardas.
Tem havido sempre razões para haver muros, razões, elas, também bastardas.
Cabe a todos nós detectar as bastardices desses levantamentos e procurar derrubá-los!
Mapa da Faixa de Gaza, na costa do Mediterrâneo. Gaza é delimitada a Oeste pelo mar medterrâneo, a sul pelo Egipto, a norte e a leste por Israel.
Gaza, é a maior cidade dos territórios da Palestina com, aproximadamente, cerca de 700 mil habitantes. Desde 2006, é administrada pelo Hamas, grupo fundamentalista islâmico, ano em que venceu as eleições contra a Autoridade Nacional da Palestima que governava como resultado dos acordos de Oslo, com Israel, creio que, desde 1993.
Gaza, era uma das grandes cidades dos tempos dos Filisteus, e foi, também, dentro dela, que se passaram algumas das grandes peripécias do nosso conhecido Sansão e da nossa bela Delilah!
E, para todos nós que deixamos passar, à margem, muitos dos dados históricos que se propagaram, até chegarem ao nosso tempo, em resumo, deixo aqui outras peripécias para além das de Sansão:
- Gaza, foi um campo de zagaratas sem fim, no caminhar dos séculos. Dos milénios! Até parece que ela era, e continua a ser, a grande encruzilhada de grandes batalhas políticas e militares.
Em 333 AC, caiu em poder do meu amigo Alexandre da Macedónia, mas continuou sempre, impávida e serena, nos trilhos da Guerra. Mais tarde foi palco das campanhas romanas. Ela assistiu às vitórias dos Macabeus, e foi palco das zaragatas do Califa Abu Bakr, dos Templários e de Saladino. Foi ocupada pelos franceses, em 1799, depois pelos turcos e, de seguida, devido à 1ª Guerra Mundial, pelos ingleses.
Desisto das ocupações dos tempos modernos, pois todos temos uma ideia do que se tem passado. Não desisto é da ideia de que Gaza, continua a ser palco de batalhas sem fim! E não desisto da ideia de que o mundo, o nosso mundo, tem de pôr termo a isso!
Aqui, neste mapa, vemos Israel, limitado a norte pelo Líbano, a Leste pela Síria e pela Jordânia, a sul, pelo Egipto e pelo Golfo de Aqaba no mar vermelho e, a Oeste, pelo mar mediterrâneo e pela Faixa de Gaza
Sabemos que, bem ou mal, o mundo, através das Nações unidadas, implantou o Povo de Israel nos seus velhos territórios e não desisto da ideia de que, os palestinos também são de lá!
E também não desisto da ideia de que, muros, aqueles muros de que falamos, nunca deverão existir em lado nenhum, e menos ainda, cercando a chamada faixa de Gaza!
Mas também não desisto da ideia que, se queremos um dia encontrar Gaza como uma grande cidade, muçulmanos e judeus, terão a chave que poderá abrir as portas de Gaza ao mundo. Essas portas nunca poderão ser abertas por uma chave só! Haverá a chave dos palestinos e haverá a chave dos judeus. E, para que tudo corresse bem, seria necessário que todos os ferreiros trabalhassem na feitura dessas chaves.
Uma noite, cerca das 22 horas, em 1967, numa leitaria da Av. Pascoal de Melo, em Lisboa, encontrava-me com um amigo, um Tenente da 1ª Região Aérea, a bebermos um café. De repente, entrou um tipo pela porta dentro e eu só ouvi: "Mon Ami"! À minha volta, começou, apenas, a falar-se francês. Ami daqui, ami dali, quis ir-me embora, mas mon ami, português quis apresentar-me a son ami francês, e vim a saber que se tratava de um judeu que ele tinha conhecido na universidade de Paris, onde os dois estudaram Matemáticas Aplicadas.
Então, quando mon ami português, perguntou a son ami francês o que o trouxera até ali, ele disse que caminhava ao encontro da guerra, com passagem por Lisboa e tinha ido a sua casa onde o informaram que estaria naquele local a beber um café, com este vosso amigo!
Eu fiquei alarmado ao ouvir as informações que o judeu dera de ses amis, judeus franceses que, tal como ele, caminhavam rumo a Israel! Foi a partir desse momento que eu me comecei a interessar por tudo que dizia respeito a judeus e palestinos. Por isso, com muita tristeza, eu tenho acompanhado, tanto quanto possível, as refregas entre judeus e seus inimigos de peito, os muçulmanos!
Isto, mesmo que pensem que não, é uma guerra à escala mundial! Há judeus e árabes em toda a parte e, em toda a parte eles se defrontam.
Agora, quanto a muros, ajudemos a derrubar as muralhas que cercam ou se preparam para cercar a faixa de Gaza.