Vilar Formoso- Cilleruelo de Bezana
Uma parte dessa caminhada pelos Picos, desenvolveu-se, antecipadamente, também, na cidade de Burgos, ainda distante dos nossos objectivos.
Esta cidade foi fundada em 884 AD, como uma fortaleza (não sei por quem).
Burgos está situada na Comunidade Autónoma de Castilha e León ou, preferindo, contando de West para Lest, León e Castilha (foi assim que aprendemos antigamente - Reinos de Leão e Castela). Situa-se a sul da Cordilheira Cantábrica, a 856 mts acima do nível do mar (mais ou menos, uma altitude semelhante ao planalto da Naia, lá pelas minhas Montanhas Lindas).
Para além de uma rápida visita turística, da História de Burgos nada sei, apenas me recordo que foi ali que o Generalíssimo Franco instalou o seu Estado Maior e dali comandou as suas forças militares até à vitória na Guerra Civil espanhola.
Mas Burgos é uma cidade bonita e é atravessada pelo rio Arlanzon, sobre o qual existe uma ponte a que eu chamo "a caminhada das estátuas", pois existem por ali, estátuas de alguns dos famosos de Castela, incluindo Ximena a esposa do Cid e também, alguns dos seus inimigos. Um bom sítio para caminhar entre a história!
El C
Burgos é uma cidade rica em Arte Gótica, como as igrejas de Santa Gadea, do séc. XII, de Santo Estevão, séc. XIII, São Gil, séc. XIII-XIV, o Hospital del Rei, os velhos conventos das Carmelitas e Agostinhas e, a sempre inesquecível Catedral de Burgos, para onde foram transladados os restos mortais do meu amigo Cid. A propósito, também existe lá o solar del Cid, também um belo exemplar da arte gótica.
Mas Burgos é também a terra de El Cid o Campeador, que nasceu em Vivar de El Cid, ali pertinho de Burgos, cidade que se situava na rota de Santiago e que foi capital do Reino de Castela.
Para além disso, apenas vos posso dizer que gostei de caminhar por Burgos, numa tarde de sol, no dia 10 de Julho de 2007, apreciando a estátua do meu amigo Cid e de todos os outros que ali permanecem a ouvir o cântico das águas do rio Arlanzon.
Depois de uma última olhada pelas suas praças e à sua catedral, arrancamos pela estrada ou, se preferirem, pela carretera N-623, deixando o Vivar del Cid à direita e prosseguindo rumo a destino incerto, apreciando as paisagens dos montes cantábricos virados a sul e que começavam já a ser cobertos por nuvens ameaçadoras e íamos observando todos aqueles picos, de cujas entranhas saíam sons imaginários das imaginárias trombetas cantábricas, deixando o meu amigo Apolo um pouco à esquerda, só parando a 83 kms de Burgos, numa localidade chamada Cilleruelo de Bezana, onde nos instalamos a ver se sacudíamos um mal que nos persseguia e a que chamamos cansaço.