Em 12 de Julho de 2007, rodando no asfalto, desde Covadonga, deixando para trás as belezas dos Picos asturianos e Cangas de Onis, fomos observando como o meu amigo Apolo, se fazia à rota de Neptuno, a sua rota para Oeste. Depois de comermos algo ali pelas cercanias de Oviedo, lá prosseguimos a nossa nova rota, ainda pelos Picos, mas sempre pelos seus escuros vales e cumes, rumo à cidade de Leão.
Referente à cidade de Leão. É assim que se escreve em castelhano
Mas fez-se escuro e, perdidos pelos picos das serranias de Leão, apenas já só me recordo dos cumes escuros e das marcas que, nos tempos de neve, vão sinalizando a altura da neve e, essa estrada, em tempos de neve, será, concerteza, trajecto de uma péssima caminhada.
Mas, na senda do sobe e desce, já próximo da meia noite, chegamos à linda cidade de Leão. Já tarde para irmos procurar hotel! Entramos no centro de Leão e entrei num hotel que já não recordo, o nome (creio que era o Hotel de León) só para perguntar se arranjavam dois quartos. Disseram que estava tudo cheio e o rapaz, bastante simpático, acreditava que, na cidade, não haveriam quartos vazios, mas desejou-nos sorte.
Como à entrada da cidade tínhamos visto dois lindos hotéis de **** estrelas, voltamos a retomar o mesmo IC e dirigimo-nos ao Hotel Santiago. Entrei na recepção e perguntei se nos arranjavam dois quartos. "Si, si! temos dois quartos, são todos bons e na nossa relação preço qualidade vão ver que ficarão bem servidos.
Lá subimos, fomos ao duche e, como não podia deixar de ser, dirigi-me à janela, para ver qual seria a nossa posição relativamente à cidade de Leão e verifiquei que ela ficava aos nossos pés. As luzes indicavam-me um ou outro monumento e eu programei o meu sono para não perder pitada mal me levantasse.
A bela Catedral Gótica de Santa Maria de Leão
Fui à recepcção e deram-me uma pequena brochura com um mapa da cidade de Leão. De manhã, lá fui eu a observar o mapa e a estudar a disposição da cidade para não perder nada do que nos parecesse importante.
Quando chegamos a Leão, eu só já ouvia relinchar os cavalos de Afonso VI, do Conde Henrique de Borgonha, do conde D. Raimundo, da D. Urraca, da D. Teresa e o início de longas e penosas cavalgadas contra os sarracenos. Mas estes nomes eu tinha fixado aos 10 anos e estive sempre apostado a nunca os esquecer.
Não fazia era a mínima ideia de como seria, realmente, a cidade de Leão que só vim a conhecer através de imagens televisivas e de um ou outro filme e comentários. Leão,a cidade fabulosa dos meus heróis históricos da meninice, estava por ali e eu iria pisar os seus passeios e olhar as suas estátuas e monuentos.
Monumento na cidade de Leão
Apenas um pequeno troço histórico, dedicado à cidade e reino de Leão. Espero não meter água, pois de tanto resumir, pode tudo isto ficar num copo sem sumo.
A cidade de Leão foi fundada por uma legião romana, a Legio VI Victrix (Legião Nº VI, Vencedora), no Séc. I A. C. Em 68 D. C. a Legião VII Gemina (Legião nº VII Gêmea), fundou um acampamento militar permanente e foi desta Legião que resultou o seu nome moderno.
Esta Legião VII foi recrutada por Galba e foi constituída por soldados ibéricos que determinaram que a cidade fosse naquele local para defender a zona da Meseta ocupada pelos romanos dos habitantes "selvagens" das montanhas das Astúrias e da Cantábria.
Reza a história que foram as forças das Astúrias e da Cantábria que enfrentaram os romanos que não conseguiam subir às montanhas, fazendo com que o próprio imperador Octávio César Augusto, destacasse mais forças romanas retiradas de outras regiões do Império, mais pacificadas, batendo, danado, com a porta do Templo de Juno, em Roma, e dicidindo comandar ele próprio as Legiões que iriam enfrentar os ditos "selvagens das montanhas Cantábricas".
Basílica de Santo Isidoro - aqui jazem todos os reis de Leão, com excepção de D. Afonso VI, creio eu, que preferia que os seus restos mortais ficassem na terra que ele adorava - Sahagún, também no reino de Leão, onde os monges de Cister construíram o mosteiro que viria a ser a sua casa, do futuro
Leão resistiu aos das montanhas, defendendo a Meseta (os romanos), depois resistiu aos da Meseta (os mouros) para não subirem às montanhas, e resistiu aos visigóticos até ser tomada por estes, comandados pelo rei Leovigildo que, provàvelmente, pelo reconhecimento da sua tenacidade ou por se aperceber da sua disposição estratégica, permitiu que Leão mantivesse as suas defesas.
Concluirei o nasimento e morte do Reino de Leão a seguir, para aqueles que não conheçam e tenham interesse nas cavalgadas dos nossos avós políticos.