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As Caminhadas do Ventor

... por aí

As Caminhadas do Ventor

... por aí

No cabeçalho, a ponte romana de Cangas de Onis, sobre o rio Sella. Uma maravilha por onde caminharam romanos, árabes e tantos outros.


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Um lago de Covadonga que retrata as belezas dos Picos da Europa, nas Astúrias


O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...

Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!

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Partir ...

Porque partir? Ou melhor, porquê fugir? Partir ou fugir, é tudo o que resta à juventude portuguesa?

Um dia, eu ouvi a palavra "emigração". Há três histórias que eu nunca vou esquecer!

Um dia, a minha tia Joaquina, pediu-me (tinha eu 10-12 anos) para levar um saco de dinheiro a Paradela e entrega-lo àqueles que, na realidade, seriam os seus donos. O meu tio Ramilo, tinha ido para França, a "salto".

Andou fugido pelas terras de Espanha. Foi apanhado pela Guarda Civil e, recambiado para Portugal.

Voltou à carga! Não tinha dinheiro, na altura, e pediu-o, em Paradela, a quem o podia fornecer. À segunda foi de vez! Um dia redireccionou a sua vida para a América. Sempre a América!

O meu primo Manel, andou, como eu, embora mais cedo, por Lisboa. Trabalhou como podia e, numa determinada altura da sua vida, antes do serviço militar, decidiu emigrar para França. Com o tempo, também se redireccionou para a América.

O meu amigo e primo (por afinidade) Carrasco, como eu ouvi da sua boca, quando era pequeno, também teve muitos problemas na sua emigração para França e ou tentativa para a América.

Toda a gente de Adrão, dos meus tempos de puto, teve de passar as passas do Algarve, nas suas tentativas de fuga para a estranja.

O meu primo Manel, além de emigrante, era refractário. Esquivou-se ao serviço militar. Não. Não pensem os "heróis" deste país que ele foi um "herói"! Esses heróis com um estatuto muito especial como muitos que apareceram na defesa da revolução dos cravos. Se calhar, no meu tempo, ele teria ido na mesma, e aí, sim! Talvez reclama-se o estatuto de heroicidade propalado a partir do 25 de Abril.

Mas, a única coisa que eu sei do seu "estatuto" de herói, é que, um dia, em terras de França, e lembrando-se que não podia regressar a Portugal, devido à sua situação militar e ainda antes das guerras de África, ele teve saudades da mãe.

Partindo de França, avançou Espanha dentro, até uma terra espanhola, chamada Olelas, a terra mais próximo da Várzea e de Adrão. De Olelas, alguém que muito queria à nossa família, veio junto ao rio pedir, à primeira pessoa que encontrasse, a ajuda da nossa tia Florinda, residente na Várzea, para arranjar maneira de o ajudar do lado de cá.

O rio, nas vésperas de Natal, corria de monte a monte, rumo ao rio Lima, e ele, através de uma corda, arriscou a vida, apenas e só, para vir passar o Natal com a sua mãe e com a sua família. Eu era puto, mas recordo-me das conversas que nos diziam que, o Salto, aquele terrível local de passagem da Várzea para Olelas, tinha sido dado pelo ar. Ainda hoje acredito que, nada teria sido possível, sem o silêncio da Guarda Fiscal do, então, Posto da Várzea.

São pequenas historietas que não vou desenvolver, porque tanta gente terá conhecimento de muitas outras similares.

Mas, com o tempo, apareceram os heróis!

Heróis daqui, heróis dali, que andaram a comer os vinténs dos papás por terras de França e outros que até tiveram grandes amigos como "Monsier Miterrand" e outros.

Tudo isto, malta que nunca soube o que era trabalhar. Viviam à custa da família e de subterfúgios, nas suas caminhadas dos tempos.

Mas isso é outra história!

A que me interessa, realmente, de momento, é que, depois de tanto deleite, de tanta promessa, de tantos engulhos, com a Revolução das Promessas, os jovens portugueses, 50 anos depois dessas historinhas, 36 anos depois de Abril, aquele Abril da Esperança, continuam a fugir desta terra. Deste país que poderia ser lindo mas que, atendendo ao que assistimos, nunca o será!

Cada um continua a fugir por onde pode. Leste, Oeste, Sul, Norte e pontos intermédios, os portugueses continuam a fugir utilizando os carreiros a que nos habituamos a chamar os "Carreiros dos Emigrantes ou os Carreiros da Esperança".

Tudo isto, na cara de homens sem escrúpulos, que têm o despudor de vir para as Televisões, afirmar alto e bom som, que tudo está bem, que tudo é uma maravilha, hoje, e amanhã, que isto está mau, as desgraças são de outros e que, o nosso mal, é culpa dos outros. Não fossem os bancos de Investimento Estranjeiros e, a amabilidade dos nossos bancos em levarem as massas a quem as tem, e tudo seria uma maravilha!

Antigamente, era por causa dos fascistas, da sua política anti-social ... etç.

Hoje, digo eu, é por causa de gentes que não passam de reles políticos ou, então, pertencem a um qualquer império do vampiros porque nos sugam o sangue, que os portugueses continuam a fugir para fora deste país, segundo estatísticas espalhadas por aí, 70.000 a 75.000 portugueses por ano!

Mas será este, mesmo, o País que merecemos?

Antigamente a culpa era dos fascistas e hoje, 36 anos depois? Tenho ou não tenho razão?

A revolução dos cravos (coitada da flor!), a revolução das promessas, foi apenas uma miragem imposta ao povo portugês, apenas e só, por sonhadores ou oportunistas irresponsáveis. É tudo o que tenho visto nestes últimos 36 anos.

Oportunismos de vários interesses partidários, tudo em nome do POVO!! E também se nota o xico-espertismo daqueles que se movimentam nos corredores da política e nos corredores económicos, movimentando as alavancagens dos seus interesses em nome de objectivos de produção que não passam da camuflagem dos ladrões.

Dói-me dizer isto, mas é, de facto, a nossa verdadeira realidade.

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

A Tristeza deste País

Nas minhas caminhadas, também há muita tristeza e não é só natureza e alegria nas observações dos meus trilhos.

"Acho que tenho de pedir a compreensão dos portugueses para a necessidade destas medidas e não desculpa", afirmou Teixeira dos Santos em entrevista à SIC.

Estes homens não prestam mesmo! Digo eu!

Há dias, um homem que, por acaso ou má sorte, é primeiro ministro de Portugal, dizia a uma deputada que não estava lá escrito no PEC o aumento do IVA e sei lá que mais.

"Viu senhora deputada? Está lá escrito isso, senhora deputada"?

A conversa de sempre!

Teríamos todos nós e essa deputada, a garantia de que esse tal 1º Ministro de Portugal, não iria aumentar o IVA.

Deu, aldrabando, à simplicidade dos portugueses, a ideia de que não iria aumentar os impostos e, no caso concreto, o IVA.

Eu ouvi, na Televisão, esse senhor 1º Ministro, todo escamado, a mentir com todos os dentes, que não aumentaria o IVA!

Mas, eu não tenho dúvidas de que a crise é profunda. Eu, por exemplo, seria incapaz, nas mesmas circunstâncias do senhor Primeiro  Ministro, de dar a minha palavra a essa deputada, ou a qualquer outro, de que não aumentaria o IVA ou quaisquer impostos.

Eu, teria dito, com toda a convicção, a essa senhora deputada, ou qualquer outro, que não tinha a mínima ideia de aumentar o IVA mas, atendendo às circunstâncias nacionais e internacionais de crise, nunca sabemos o dia de amanhã.

O que aconteceu, entretanto, depois dessa conversa, para virar o bico ao prego?

Nos últimos 15 dias tudo se agravou, diz o senhor  Ministro das Finanças! Se calhar, foi porque o 1º Ministro deu a sua garantia!

Mas os portugueses são um povo cheio de glória. Eles têm um 1º Ministro que sabe tudo e sabem que ele tem a tabuada muito bem estudada. Até é engenheiro e tudo e os senhores engenheiros, devem saber, pelo menos, a tabuada!

Poderia escrever aqui tanta coisa, desde que o PS ganhou as eleições há alguns anos. Se calhar até podia contar tantas das mentiras que os portugueses, benévolos, como são, já esqueceram, mas que eu não esqueço e, então, o nariz do senhor primeiro Ministro e do seu ministro das finanças, iriam para o Guines.

Peguei só na última e, mais ainda, pela arrogância do ministro das Finanças em fazer esta afirmação:

"Acho que tenho de pedir a compreensão dos portugueses para a necessidade destas medidas e não desculpa".

Mas eu acho que o ministro das finanças está equivocado!

Têm-me dito e eu tenho ouvido, por aí, que o ministro das Finanças era um bom professor. Até poderá ter sido um bom professor, mas pelo que tenho visto como ministro, tenho muitas dúvidas que tenha sido um bom professor!

Mas sabe o que lhe digo senhor ministro das Finanças.

«Acho que tenho de lhe pedir a compreensão, para a minha crítica porque eu compreendo a necessidade destas medidas mas também compreenderia muito bem, o seu pedido de desculpas, bem como as do seu chefe, ao povo português. E porque também acho que os portugueses, nós todos, somos como os "rafeirinhos" que só "ladram", porque, se mordessem mesmo, vocês já não estariam no poleiro há muito tempo. Vejam lá se eles não abrem a boca e começam às dentadas»!

Por isso, acho que vos ficava bem um pedido de desculpas, pelas asneiras que têm feito a governar este país!

Ou vocês não se enxergam!

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Hoje, não vou a Fátima

Pois não.

Hoje, não vou a Fátima!

Hoje, quem vai a Fátima é o Papa, o Bispo vestido de branco.

A Senhora de Fátima, a nossa Senhora de Fátima, sabe que eu não vou lá mas, como Ela sabe tudo, sabe também, que eu não vou lá, mas vou lá estar! Ela, também sabe que eu gostaria de ir, gostaria de partilhar, fìsicamente, da Sua festa, na Sua terra. Em Fátima!

Mas, Ela, também sabe que eu sei, que Ela vai estar aqui comigo. Estará na minha mente, portanto, estará presente. Eu estarei em Fátima e Ela, estará aqui. Isto apenas nos diz que vamos estar sempre juntos. Eu, Ela e o Bispo vestido de branco!

Cada um está onde quer e eu vou querer estar em Fátima!

Sim, porque nós podemos estar onde a nossa mente nos leva e a minha mente vai levar-me a estar em Fátima e vai trazer a Senhora de Fátima, até mim! Será, portanto, uma maneira de estarmos juntos, nestes 12/13 de Maio. Cá e lá, lá e cá! Agora e sempre.

Eu vou caminhar por Fátima, quer as nuvens sejam negras, quer o meu amigo Apolo queira estar a acompanhar-me. Ele e eu sabemos que vamos estar os dois, junto de nossa Senhora de Fátima, como se fôssemos dois pastorinhos, tal e qual como os pastorinhos. Ali, junto da azinheira da sombra! Porque, só haverá sombra com a presença do meu amigo Apolo e ele vai querer ver os novos pastorinhos, os milhares de pastorinhos, procurar a sua sombra.

 
Vamos todos acreditar, em Fátima
 

Por isso, desejo uma bela Caminhada a todos que se dirigem para Fátima. E, fundamentalmente, aos que têm esperança. Esperança!

Esperança de que na sua vida, tudo corra pelo melhor.

Que a saúde, esteja sempre presente.

Que a doença seja arredada.

Que a fome seja escorraçada.

Que a alegria nunca nos abandone.

Qua a beleza seja parte da nossa Caminhada.

Qua a Luz nunca nos falte.

Que ...

É isso que eu vou pedir à nosa Senhora de Fátima, para todos nós, quando estiver com Ela.

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Adeus Teresa

Ontem, dia 10 de Maio de 2010, disse-te adeus. Dissemos-te adeus.

Conheci-te, há 48 anos.

Nessa altura, foste para mim uma surpresa. Uma surpresa porque, eu nem sabia que existias!

O teu pai, levou-me a tua casa sem me dizer nada. Só me tinha dito que iria jantar com ele e com gente amiga. Chegamos, tocou à campainha e, a tua mãe, toda contente, pois já contava comigo, foi abrir a porta.

Tu, apareceste a correr, abraçaste-te ao teu pai e, ficaste a olhar-me de soslaio. Ele apontou para mim e disse: "este, é o teu primo". Tu, um pouco encalacrada, também surpreendida, vieste dar-me um beijinho. Nasceste para mim com cerca de 14 anos, pois irias fazê-los logo de seguida.

Foste uma surpresa quando te conheci, foste sempre cheia de surpresas pela vida fora, para mim. Só não foste uma surpresa na hora de nos deixar. Eu sabia que, era uma questão de tempo! E, como calcularias, um dia, essa má notícia chegaria até mim. Até nós! A tua Joana, a tua querida filha, também, um dia, uma surpresa, iria dar-me essa terrível notícia. Eu esperava-a, mas pedia ao Senhor da Esfera para que não fosse tão rápida e te deixasse sossegada por mais algum tempo. Mas nada! Ele diz que tem de ser assim.

Um dia, há muitos anos atrás, escreveste-me uma carta, quando eu caminhava pelas terras lindas de Moçambique, em que me dizias:

"primo, um dia, quando chegares, virás procurar-me, naturalmente. Mas a minha vida vai dar uma volta, espero eu e, então, quando tu chegares, irás ter uma surpresa! Mas, para que a surpresa não seja muito grande, digo-te já que ainda não sei como vai ser, mas vai existir. Um dia conto-te tudo. Beijinhos".

Um dia cheguei e fui à direcção que me tinhas dado - um Colégio de Lisboa. Perguntei por ti, perguntaram-me quem eu era e disse que era teu primo. A resposta foi: "ai coitadinho"! Aí, assustei-me mesmo! Mas depois disseram-me que tinhas ido para França e que estarias em Paris. Fiquei mais sossegado! Afinal, o que tu pretendeste, foi tornares-te independente.

Depois veio a surpresa da Joana. Uma bela surpresa! Felizmente, com ela, o Senhor da Esfera, deu-te alguma coisa de jeito. E, mais ou menos, de surpresa, em surpresa, assim caminhamos por 48 anos.

Agora, as surpresas acabaram para sempre. O Senhor da Esfera não te deu o tempo suficiente para poderes continuar a tua Caminhada ao lado da tua filha, do teu genro e dos teus netinhos, a Carolina e o Lourenço.

A mãe de todas as doenças levou-te, precocemente.

 

 
 
Uma flor para o Senhor da Esfera tomar conta

 

Mas que vida tão cruel.

Nas minhas caminhadas, nem tudo é um mar de rosas. 

Sinto-me tão triste! 

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

Flores de Sintra

Não deixo aqui flores para os vencedores.

Deixo aqui flores para quem, de facto, as mereceria.

 
Sim, porque este campeonato foi ganho por "desordeiros", pelos ratos dos túneis, mas a fome já era tanta, que quase se comem a eles próprios e nem se apercebem da cretinice colectiva em que se instalaram.
 
Por isso, deixo aqui flores para o Sporting de Braga porque, se nem todos os vencedores merecem uma coroa de louros, muito menos merecm flores que nunca saberão apreciar.
 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

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