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As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

As Caminhadas do Ventor

Pelos Trilhos da Memória

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O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...


Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


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Ventor entre as Flores

25.01.11

Cinco Contra Um


Ventor

Cinco contra um!

E o "um", ainda tinha a mão amarrada ao cinto!

Esse "um" é homem de princípios, com o seu brio pessoal que, por uma questão de educação ou pelo lugar que ocupava, se soube acautelar, ... Pelo menos, pelo lugar que ocupava e por uma questão de ética, deveria merecer algum respeito da parte dos seus concorrentes ao poleiro.

Mas a política, sobretudo, em Portugal, é isto mesmo. Um pranto de enganos!

Há cinco "tipinhos" que se armaram em príncipes do nada e passaram ao ataque. Normalmente, não ligo às campanhas eleitorais mas, mesmo que não queiramos, acabamos sempre por as gramar.

Cada vez que passava em frente da televisão, metia-me nojo! E, por isso mesmo, tirei conclusões!

Tenho pessoas amigas em todas as correntes que se defrontaram nas últimas urnas e, por isso, resolvi escrever este poste. Não é um lamento, é uma constatação. E, por uma questão de civismo, também um lamento. Um lamento por eles, os concorrentes mas, um lamento maior, por Portugal!

Há um presidente que defende o seu poleiro. Não lhe fica nada mal! Há cinco galispos que pretendem esse poleiro. Também não lhe ficaria nada mal! Então o que ficou mal?

O que ficou mal, foi a baixeza das suas próprias personalidades. Pelo menos de quatro deles. Como não vi nada e ouvi muito pouco, deixo um deles na plataforma, em Standby (à espera). Estamos num rescaldo que se prolongará e não sei se, nesse rescaldo, não apanharei mais nada!

O que eu vi nesta campanha? Nada!

O que eu ouvi nesta campanha? Baboseiras!

Na minha opinião, acabei por concluir que Portugal escolheu bem!

Nestes princípios, só poderei dizer: " Viva Cavaco"! É assim, não é?

Claro que, quando digo Viva Cavaco, não quero dizer que os outros morram. Longe disso! Mas quero dizer que, politicamente, não passam de uns "abortos"! Abortos políticos!

Não conheço pessoalmente nenhum deles, nem Cavaco e, para ser sincero, nem gostaria de conhecer.

Na minha opinião, Cavaco fez bem o trabalho de casa. Foi tão insultado que, se ele passasse a utilizar o mesmo tom, não lhe levaria nada a mal. Ganhou e ganhou bem!

Ganhou bem porquê? Ganhou bem porque, essa é a minha conclusão, os portugueses, no seu conjunto, como um corpo vivo, não são estúpidos! Ou, pelo menos, não foram estúpidos. Se fossem estúpidos, o Cavaco teria perdido.

Mas não são e ainda bem!

Cá para mim, sentado no meu Cantinho, o Cantinho do Ventor, frente a esta janela, ... quando não há caminhadas, tento ganhar forças para continuar, observo, ou tento observar, parte do todo.

O que foi que eu observei?

Tudo simples!

Cavaco ganhou e, como já disse, ainda bem!

Segundo classificado nesta caminhada para o topo - Manuel Alegre:

- O Manuel Alegre, na sua caminhada para Belém, portou-se muito mal!

Andou à babugem de nada! Insultou Cavaco, por motivos aparentes e deu a impressão que não percebe nada de Bolsa, nem de nada de "fora da Bolsa". É pena! É pena porque deixou a Esquerda despida. Conseguiu congregar toda a Esquerda, até o MRRP, vejam só! O Garcia Pereira que sempre ouvi elogiar como um bom advogado, na Defesa dos Trabalhadores, a partir de agora, deixa-me na dúvida. Não passou, políticamente de um "pato", nestas eleições! Para mim, uma desilusão e só na noite da grande contagem me apercebi disso. Vejam o que eu ligo!

O Bloco de Esquerda, dá tudo por uma posição, para além daquele "ninho de ratos" (é figurativo!) que conquistou nas legislativas. O Alegre vinha a calhar. Mas não calhou! Lamento a vossa sorte.

O PS, nunca sabe o que fazer, na hora de decidir. Deixa o partido espartilhar-se todo e agarra-se a algo que apareça. Os homens estão absortos nos seus malabarismos políticos que não acertam uma. Nas penúltimas eleições o Alegre espartilhou tudo e agora, outra vez. O Partido Socialista foi a reboque!

Na minha opinião, só tenho que dizer a muitos socialistas que fizeram bem dar com os pés (se preferirem com o voto), nessa malta, pois eles, não sabem o que querem.

Voltando ao Manuel Alegre, vou dizer-vos porque perdeu as eleições ou porque, pelo menos, não foi capaz de ir à segunda volta:

Ele teve vários defeitos, mas houve marcas fundamentais!

Começou muito cedo a desgastar-se. Estudou muito tempo os seus pontos fortes para a campanha eleitoral. Pelo menos teve tempo para isso mas, não conseguiu. Perdeu-se com ninharias e, fundamentalmente, com as aldrabices que a política permite.

Começou a martelar que  ... se for Presidente da República, faço, aconteço.

Os portugueses que não são parvos, analisaram e terão pensado. Este "gajo" está a fazer de nós parvos. Se ele fosse eleito e fizesse o que diz, só através de uma Ditadura! Ele promete o que não pode fazer! E, ainda por cima, sem saber ler nem escrever, atira-nos para cima que o Cavaco é o único responsável pelas maleitas deste país. Ora se o Cavaco não é Governo, se o Cavaco não tem responsabilidades directas nas porcarias que o Governo Socialista tem feito, porque bater tanto no Cavaco e deixar incólume a miséria do Governo que temos? Porque o apoia?

Assim, este homem não serve e, como disse a Simone, na grande noite das contagens, ele está bem é na Argélia!

Terceiro classificado na Campanha Eleitoral. Fernando Nobre!

 

Ele terá concluído que Portugal está doente. E está de facto! Doente e muito! Atendendo às aldrabices que sacamos nas entrelinhas dos ditames dos responsáveis deste país, a doença é crónica e muito grave. Desde o 25 de Abril que vivemos e nos alambazamos num mundo de mentiras, coberto por grandes façanhas de reis da aldrabice política. Não digo que é o A, o B, ou o C. São todos!

Isto para dizer ao Dr. Fernando Nobre que, uma caixinha dos seus pensos, se calhar teria de os pedir emprestados à AMI, não nos vão resolver o problema. Dou-lhe os meus parabéns, pelos votos alcançados, mesmo assim.

Quanto ao representante do PCP, Francisco Lopes, não desgostei de todo, do que ouvi, da sua campanha mas, foi mais do mesmo. O Partido Comunista não conhece outra música e dali não há mais nada a esperar. Pelo menos, a sua campanha eleitoral permitiu, mais uma vez, os floreados do seu Secretário Geral, permitindo-lhe a dilatação aparente dos números de três centenas de milhares para várias centenas de milhares de eleitores. É muito mais dilatador dizer várias centenas de milhares que três centenas de milhares! Os homens percebem disto! Mas não querem perceber que a erosão destrói quase tudo. Até destruiu o Muro de Berlim. Será que julgam que o muro ainda está de pé? Boa sorte!

Quanto ao nosso amigo da Madeira, o tal Tiririca, (é assim, não é?) foi pena resvalar para situações pouco dignas. Talvez com as suas brincadeiras conseguisse ter melhor resultado, se fossem mais bem sustentadas. Quando começou a enviesar para a caçada aos ladrões, estragou tudo!

E o outro médico, Defensor Moura (ou Defensor dos Mouros?), para mim foi uma desilusão! Ficou-lhe bem o último lugar. Assentou-lhe como uma luva!

Não merece comentários! E é pena! Veio do meu Distrito por aí abaixo, diz meia dúzia de patacoadas sem nexo e volta a refugiar-se no seu borralho como um grilo cinzento daqueles que cantam nos borralhos, no Inverno.

Quanto a mim fez um trabalho meritório, em Viana do Castelo, quando decidiu fechar a tourada. Foi ele não foi? Ou estou enganado? Penso que foi ele. Se foi devia ter ficado por aí!

E para rematar, passamos a vida a tentar compreender porque raio há tanta abstenção. Creio que é simples entender. Depois de ouvir durante tanto tempo, tanta coisa sem nexo, em vez de propostas sérias, feitas por gente séria, as pessoas sentem-se enfadadas com tanta caca na verborreia de palavras que cheiram a ranço político (tipo Manuel Alegre) e, sem mais, desistem. Eu estive quase a desistir e recordo-me de embirrar com o Sá Carneiro, noutros tempos por alvitrar o voto obrigatório.

Então é que eu iria todo lixado!

Assim, sempre vou levantando o rabinho da cama, tomar um duchezinho para ganhar forças, espreitar a ver se o meu amigo Apolo me alumia o caminho, enfrentar o frio e lá vou tentar optar pelo que me pareça, na minha óptica, o melhor bom senso.

Também houve a barreira do frio e quando não é o frio, é a praia e, para além disso, hove ainda o fiasco das novas tecnologias em que o Sócrates tanto aposta. No entanto, no meu entender, deveria ser uma aposta mais comedida, mais atempada. Conheci vários tipos com grandes cursos que só faziam asneiras quando queriam mostrar obra. Há um timing para tudo, até para as novas tecnologisa.


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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

24.01.11

Mini-caminhadas


Ventor

Há muito tempo que não faço caminhadas! Agora passei a fazer mini-caminhadas.

Há dias fiz uma mini-caminhada, em Miraflores, no meio do nevoeiro. Saí do carro, comecei a andar e, como não via nada, era tempo de não cumprir objectivos mínimos, voltei para o carro.

Um peneireiro - Foto Wiki

Sentado no carro, peguei no meu livro, tenho sempre um livro para tempos mortos mas, arrependi-me. Voltei a sair para dar umas passadas, mesmo que perdidas no nevoeiro que as ninfas do Tejo teimavam em não deixar dissipar.

Mal coloquei as pernas fora do carro, senti um barulho de asas, quase silencioso, sobre a minha cabeça e, tentando observar para identificar a ave, vejo um peneireiro a pousar sobre um poste eléctrico, mesmo junto de mim. Liguei a máquina e, enquanto faço os preparativos para clicar, ele observou-me e começou a gritar: "não, não Ventor! Estou chateado, com mau aspecto, ainda não tive tempo para arranjar as penas e, para maior azar, não arranjei nada para o pequeno almoço. É o que tento fazer"!

Disparou névoa dentro e, mais uma dúzia de metros, deixei de o ver. Já não deu para fazer click.

O meu amigo Apolo deu umas cinzeladas no nevoeiro e, meia hora depois, estava eu a ver as minhas amigas perdizes no meio de uns farrapos de nevoeiro que outro caminhante acabou por espantar.

 

Quando cheguei ao Tejo, encontrei três corvos marinhos a secarem-se a um sol fraco de verdadeiro inverno gelado

Nestes últimos dias, tenho-me entretido a observar os corvos marinhos, na margem do Tejo, ou de dentro do carro ou também, em mini-caminhadas e, lá estão eles, uns de asas abertas a enxugarem-se, outros à pesca, para o pequeno almoço ou para o lanche e, no seu compasso de voo imponente, no seu vaivém, rio abaixo, rio acima.

Enquanto isso, limito-me a ouvi-los, todos entusiasmados, no seu "salvé, Ventor"!

Na última vez, fiquei chateado, porque podia ter tirado uma boa sequência de fotos, em mais uma pescaria de um desses meus amigos, mas fiquei sem bateria.

 

 Fui dar uma volta e, quando voltei, só estavam dois a secar-se e um deles, podia ser este, na pesca. Tirei esta foto e acabou-se a bateria ...

Também tenho dado outras mini-caminhadas por aqui junto do Tobias e dos nossos amigos. Com passo de leopardo, consegui apanhar a família Tobias a arrancar minhocas à terra, junto ao ribeiro e o meu amigo Tobias a desenterrar uma minhoca que o fez gastar boas energias a puxá-la. Meti a ponta da lente da máquina na rede e fiquei à espera a ver se ele tirava a minhoca para eu fotografar mas, bati com a lente na rede, ele assustou-se, largou-a e virou-se para fugir mas, encarou comigo e, sem temer nada, voltou a atacar a minhoca de rabo virado para mim e sem medo. O Tobias já é tão meu amigo que, de vez em quando, assobio à melro e ele vem pousar no choupo para uns dedos de conversa.

Um dia destes vi-o em cima do choupo, no meio do nevoeiro, acompanhado de dois gaios. A minha sogra veio-me dizer que o Tobias estava sobre o choupo com outros pássaros grandes. Fui ver e, de repente, todos em uníssono: "salvé, Ventor"! E diz o Tobias: "trouxe-te estes dois amigos"!

Sempre gostei dos melros mas este Tobias é demais.

O Tobias, após esta imagem, virou-me o rabo e continuou a tentar puxar a minhoca. Estava perto, quase à altura da minha cabeça mas, à sombra e eu não lhe quis dar com o flash nos olhos.

Ontem, estava junto à ribeira, sobre uma arvorezinha, rolando a cabeça para todos os lados e mais parecia uma ave de rapina a tentar observar a caça mas, de repente, pelo seu gesto, parecia-me que me observava à janela. Como ele não saía de lá eu chamei-o. "Tobias"! Ele olhou mais afincadamente para mim e eu assobiei à melro. O meu amigo Tobias, sem hesitar, levantou voo e veio pousar, sobre o choupo, ao meu lado.

Olhou-me e disse: "tens de treinar mais, Ventor! Não há melro nenhum que venha à lenga-lenga dos teus assobios. Venho eu porque te conheço"! Mas que desconsolo! Eu a pensar que estava um melro feito!

 Mas estes pretinhos, a que chamam estorninhos, também têm feito parte das minhas mini-caminhadas. Este observava o Ventor. Eles têm umas conversas muito lindas e ajudam-se uns aos outros, estando sempre em alerta total.

 

Um estorninho de prevenção

Eu ouvia o piar muito peculiar de estorninhos. Comecei a observar as árvores e vi este malandreco, só, no topo da árvore, a pôr de sobreaviso os seus companheiros.

Depois, os meus olhos iniciaram a descida da árvore até à relva e acabei por detectar uma série deles na relva, a tomarem o pequeno almoço mas, mal perceberam o sinal deste tipinho, arrancaram, em alvoroço, para outras árvores.

Mas como noutros grupos de animais, há sempre outros mais atrevidos. Este grupelho de esfomeados, conseguiram resistir. Do meio deles, saiu um apelo. "Não fujam que é o Ventor"!

 

Estes estorninhos, tomam o pequeno almoço na relva


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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira

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