Os castros, de outros tempos, eram aldeias situadas em locais de mais fácil defensibilidade, normalmente, em montes e perto de riachos ou nascentes.
Hoje restam-nos algumas ruínas arqueológicas desses tempos da idade do cobre e da idade do ferro e, provavelmente, de tempos anteriores.
Deixo, aqui, como amostras, dessas construções, as fotos abaixo, do castro de Coana, nas Astúrias, a Pedra Formosa de Briteiros e algures, talvez Sanfins, uma amostragem dos velhos castros portugueses.
Castro de Coana, nas Astúrias
Pedra Formosa, de Briteiros
Foto tirada da Wikipédia de autoria de CTHOE.
Mas o Tomás teve umas lições do que eram os Castros, lá na sua escola e foi incumbido de realizar um trabalho sobre os mesmos. Assim, o Tomás e o avô, deitaram mãos à obra e começaram, mentalmente, a caminhar pelos Castros de nossos avós!
Para isso, deitaram mãos à obra, acarretaram pedras, colmos para as coberturas das casas e decidiram iniciar a construção da primeira aldeia castreja dos tempos modernos.
Abriram um poço e nasceu um rio!
Chegaram os patos e não esqueceram o porco que continua a dar os presuntos e os chouriços ao Ventor. Verão que, com os tempos, tudo isso será, com certeza, multiplicado por muito mais.
Imaginem como foi no passado e, não esqueçam como sobram sempre hipóteses de poder vir a acontecer no futuro.
O pato no rio do Castro do Tomás
O porco junto à árvore, talvez a apanhar frutos caídos
O porco já cresceu que se fartou
Os patos na sua azáfama, rio abaixo, rio acima
Só falta dizer ao Tomás e a todos os outros que, o passado, o bom e o mau, poderão sempre ser nossos parceiros no presente e no futuro. Também podem ficar a saber que já, nos tempos dos Castros, a Leonor ia à fonte descalça e não segura, como dizia o Camões.
Descalça vai para a fonte,
Lianor, pela verdura,
Vai fermosa, e não segura.
....
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.
Já antes do Camões havia quem pensasse assim!
Por isso, os homens dos Castros pensavam nas suas Lianores ou, se preferirem, Leonores. Por isso, os Castros ou Fortificações, para defenderem as Lianores de então, as fermosuras dos castrejos. Eles defendiam as suas mulheres, as suas fontes, os seus porcos, os seus poleiros (para continuarem a ouvir cantar os galos).
E, diziam, ... Este é o nosso chão!
PS -Para o Tomás saber, a maior concentração de Castros, existiu no Noroeste da Penísnsula Ibérica, especialmente Minho e Galiza, embora, haja castros por muitos locais portugueses e espanhóis. O mais famoso desses locais foi Numância. Esta antiga cidade, povoada por celtiberos, existia desde o século III A.C. nas margens do rio Douro, no centro norte de Espanha e formou grande resistência à invasão romana da Península Ibérica. Resistiu durante 20 anos mas os romanos nos últimos 11 meses cercaram-na e construiram uma muralha em volta do Castro, de onde não podiam sair. Terá sido, por comparação, uma espécie de muro de Berlim. Os Numantinos resistiram até não terem hipótese e iam morrendo por inanição. Resolveram, por isso, suicidar-se todos. Quando os romanos entraram só terão encontrado corpos mortos.
Recordando isso, nunca devemos esquecer a cidade castreja de Numância.