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As Caminhadas do Ventor

... por aí

As Caminhadas do Ventor

... por aí

No cabeçalho, a ponte romana de Cangas de Onis, sobre o rio Sella. Uma maravilha por onde caminharam romanos, árabes e tantos outros.


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Um lago de Covadonga que retrata as belezas dos Picos da Europa, nas Astúrias


O Ventor saiu das trevas para caminhar entre as estrelas.
Ele continua a sonhar, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continuará a ser belo se os homens tentarem ajudar...

Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!

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A Casa Velha

É assim que esta casa é conhecida lá pela serra do Cercal, no Alentejo.

Caminhar pelos arredores de Vila Nova de Milfontes, pelas margens do rio Mira, pela serra do Cercal, sabendo apreciar a Natureza, e esgalhar a imaginação e as realidades da história, apercebemos-nos como tudo é belo e o belo faz-nos sonhar.

Nas encostas da serra do Cercal, debruçadas sobre o rio Mira, bafejadas pelas maresias que sopradas do mar penetram no vale do rio e iniciam uma trepa, serra acima, existem várias marcas da existência das gentes do passado. Será fácil imaginar que por ali caminharam gentes no passado e que as margens do Mira terão sido devassadas e devastadas por homens vindos de vários recantos do mundo, como os vikings do norte da Europa, homens do Centro da Europa e os tais sarracenos das barbáries norte africanas, como muitos outros através dos séculos. Gregos, fenícios, cartagineses, romanos e muitos outros, terão, tal como eu, observado aqueles recantos do nosso mundo, com o mesmo olhar que eu, milénios ou séculos depois, o faço.

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A Casa Velha na serra do Cercal

Mas, subindo esse trilho que passa junto à casa velha, serra acima, de jipe ou a pé, podemos imaginar que, quem a construiu, refez o seu mundo imaginário, cheio de alegria e de vontade de viver a sua vida ou o resto da sua vida, nesse recanto da serra, chamando-lhe a minha "Cassa Nova" e imaginando a sua futura vida de sonhos. Com o rio lá no fundo mostrando-lhe pachorrento as suas águas brilhantes e serenas onde podia apanhar o peixe, com as suas ovelhas espalhadas pela encosta, com o seu jumento, autêntica limosine da época, por perto das ovelhas para, quando necessário, o transportar até à vila tratar das suas necessidades mais prementes, com as suas hortinhas ao pé da casa, onde ia tratando dos seus produtos horticulas enquanto as ovelhas pastavam por ali, que mais querer?

Talvez um dia, velho e desgastado, se viesse a sentir engolido pela solidão. A solidão mata. Mata lentamente, mas mata! Então, a sua "Casa Nova" terá passado a ser a sua "Casa Velha" tal como hoje a vêm as pessoas que ali passam e imaginam as vidas que por ali pulularam, nos tempos em que para alguém, ela terá sido a melhor e a mais bela casa do mundo.

 

 

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A casa velha, implantada na serra do Cercal, debruçada sobre o rio Mira