Outono de 2015
Outono é a estação dos dourados, dos vermelhos, dos castanhos a mesclarem os verdes que teimam em animar a esperança do Ventor nas suas caminhadas. E hoje, dia 23 de Setembro de 2015, temos o privilégio de começar a viver mais um Outono.
Um castanheiro em Sintra
Os ouriços aguardam melhores momentos
Hoje estive em Sintra a apreciar o início da transacção dos castanheiros. Eles começam a ser emoldurados no amarelamento do verde, das folhas e dos ouriços.
Ouriços que começam a arreganhar uma espécie de dentes castanhos, rindo à gargalhada e desafiando-nos também a emitá-los. E, enquanto os ouriços riam, o castanheiro murmurou-me: "olha, Ventor, o castanho, a cor que este ano também veste o teu Porto, mostrando que nem tudo é verde, vermelho, amarelo, azul, ... mas também tens o castanho. O castanho com que o teu Porto brinda a Europa dos castanheiros, o fruto que, por muitos séculos, ajudou a matar a fome, não só em Portugal, mas também por essa Europa fora, antes da chegada do milho, da batata, do feijão e outras coisas desbravadas nas caminhadas marítimas dos portugueses e outros.
A beleza dos frutos castanhos, nas alturas
Olha para trás, Ventor, e quando ouvires falar de globalização, faz marcha atrás, caminhando nos séculos e ficarás a saber porque uma das aves rainhas deixou de o ser. Todos perdemos os nossos reinos, Ventor, até os belos castanheiros.
De novo aqui, só o equipamento castanho do Futebol Clube do Porto".
Este fruto caído, fê-lo para cumprimentar o Ventor
Mas, enquanto aquele belo castanheiro conversava comigo, eu recordava outros castanheiros, a beleza dos seus troncos, das suas folhas e das suas sombras, sobre os prados de feno. Recordava as belas varas de castanheiro feitas com tanto carinho para caminharmos nos montes da serra de Soajo, com alguma segurança e capazes de enfrentar o lobo!
Sorrindo ao sol de Outono
«Com essa vara de castanheiro, Ventor, não vai haver lobo algum que te ataque e, se o fizer, tenho a certeza que te defenderás com ela, como um homem».
Ao ouvir estas palavras da boca do ti Joaquim Brasileiro, eu sentia-me orgulhos das varas que eu e o seu neto, o meu amigo Joaquim, tínhamos feito. Sonhava, assim, hoje, em Sintra, com os belos castanheiros de Adrão. Não eram muitos mas eram lindos. Pensava, observando aquela beleza, como o castanheiro e o carvalho são árvores que deixarão satisfeito o olhar de qualquer Druida.
Este vieram para brincar ao faz de conta com o Ventor
Por isso, aqueles que possam, façam as suas caminhadas junto dos castanheiros e observem as suas belezas em mais este Outono.